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O governo está acumulando problemas sérios que vão desaguar na campanha eleitoral que começa em 40 semanas. O primeiro deles é econômico. Interno e externo. O governo isentou o Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, mas está longe da justiça tributária. Só pegou o pequeno e não alcançou o grande. E até com o grande consegue ser injusto. O tal “arcabouço” só foi enrolação para se livrar do saudável teto de gastos, e agora não consegue equilibrar o balanço. Estatais, como os Correios, fracassam em produtividade e eficiência. O desequilíbrio avança, pressionando inflação, e o governo não sabe como fazer, a não ser criticar os juros do Banco Central, que procura combater a inflação. O PIB vai ser minguado. E tudo isso se reflete no emprego e na renda da maioria dos eleitores.
No comércio exterior, que gera divisas, mas também gera emprego e renda no Brasil, Lula só se distancia da solução para a tarifa punitiva de Trump. Mantém a sucessão de discursos provocando e ironizando o presidente americano. Se mandasse os governistas do Congresso buscarem soluções para as queixas de Trump contra o Supremo, a solução seria imediata. Mas é missão impossível. Vamos continuar tarifados por todos os dias que se aproximam da campanha eleitoral, com suas consequências para empresas, empregados e renda.
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Na política externa, estamos amigos da China, no outro lado do mundo; e da Venezuela de Maduro e da Colômbia de Petro, aqui na vizinhança. E nos distanciando dos Estados Unidos, da Argentina, do Mercosul, do Paraguai – que atrai empresas brasileiras pelos baixíssimos impostos – e da Bolívia, que agora é direita e continua tendo o gás de que precisamos. O Chile terá eleições e as pesquisas mostram que também será direita. Lula vai se isolando na região.
Internamente, parece que Lula não viu as pesquisas sobre a ação recente das polícias do Rio, com apoio majoritário à polícia. Mas Lula insiste em criticar a ação. Vai perder no Congresso, no substitutivo relatado por Derrite. Ficou do lado errado por convicção e isso vai ser levado à campanha. Na CPI mista da Previdência, já foi provado que os descontos e descontados diminuíram no governo Bolsonaro e foram turbinados no governo Lula, prejudicando principalmente idosos nordestinos. Um crime hediondo que atinge os avós dos eleitores.
Lula aposta nas vaidades que dividem a direita. Mas os problemas que ele próprio criou são difíceis de superar. Serão 40 semanas de malabarismos, favorecidos pela mídia governista.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
