Alckmin comemora redução de tarifas, diz que está na ‘direção certa’, mas fala em ‘distorção’ que precisa ser corrigida

Vice-presidente disse que o governo está otimista que vão haver novos avanços e afirmou: ‘Brasil não é problema, é solução’

  • Por Sarah Américo
  • 15/11/2025 12h32 - Atualizado em 15/11/2025 12h38
Cadu Gomes / VPR Vice-presidente Geraldo Alckmin, durante entrevista coletiva sobre conversa entre Lula e Trump sobre o tarifaço Vice-presidente disse que o governo está otimista que vão haver novos avanços e afirmou

O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, comemorou neste sábado (15) a decisão dos Estados Unidos que reduzir a tarifa sobre produtos agrícolas, mas afirmou que o governo seguira com as negociações. “Última ordem foi positiva e na direção correta. Media retirou 10% para as exportações, isso beneficia, no caso do Brasil, café, carne, frutas, manga, suco de laranja, açaí e goiabas”, fala Alckmin, destacando que o suco de laranja foi o mais beneficiado, porque zerou e ele representa US$ 1,2 bilhão.

“Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão. Então ele zerou, ficou sem nenhum imposto. O café também reduziu 10%, mas tem concorrente que reduziu 20%. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade”, completou Alckmin.

Apesar da medida ser um avanço, o vice-presidente destacou que os 40% sobre os produtos brasileiro ainda são altos e uma “distorção”, que precisa ser “corrigida” com as negociações. “Vamos continuar trabalhando para reduzir mais. Conversa entre Lula e Trump foi importante no sentido do diálogo e negociações e o entro entre Mauro Vieira e Marco Rubio também ajudou”, disse Alckmin.

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Após o encontro de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e as reuniões entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, que resultaram nas reduções apresentadas na última sexta-feira (14), Alckmin disse que o governo brasileiro agora aguarda os próximos passos, mas estão “otimistas que vão ter novos avanços”,e que as medidas anunciadas pelos EUA foram frutos de “um conjunto de fatores”.

“Teve o empenho do governo brasileiro, mas também a sensibilidade do governo americano que tomou medida boa na direção correta, e a iniciativa privada que tem ajuda, tanto empresários brasileiros como americanos, que são os maiores interessados”. Questionados sobre o posicionamento de Trump, que disse na noite de sexta que não haverá necessidade de mais recursos, Alckmin disse: “Brasil está aberto ao diálogo e quer resolver. Os EUA tem superavit na balança comercial do Brasil. Brasil não é problema, Brasil é solução”, disse.

Na sexta-feira, os EUA anunciaram a suspensão de tarifas sobre parte de produtos exportados pelo Brasil, sendo alguns deles: café, carne, banana, tomates e açaí. O Brasil é o maior exportador de café para os EUA e também um dos principais exportadores de carne. “Determinei que certos produtos agrícolas não estarão sujeitos à tarifa recíproca imposta pelo Decreto Executivo 14257, conforme alterado”, diz o decreto de Donald Trump. “As modificações entrarão em vigor para mercadorias importadas para consumo ou retiradas de armazém para consumo a partir das 00h01 (horário padrão do leste dos EUA) do dia 13 de novembro de 2025”, acrescenta o documento. Com o decreto, a tendência é que os preços dos produtos brasileiros nos EUA diminuam.