Alessandro Vieira justifica voto contra PL da Dosimetria: ‘Abre as portas das prisões’

Senador do MDB antecipa sua rejeição, diz que texto enfraquece o combate ao crime e alerta para benefício a condenados por atos de 8 de Janeiro

  • Por Jovem Pan
  • 17/12/2025 08h47
Carlos Moura/Agência Sena Alessandro Viiera no plenário do Senado ao lado do também senador Esperidião Amin, relator do PL da Dosimetria na Casa Alessandro Vieira no plenário do Senado ao lado do também senador Esperidião Amin, relator do PL da Dosimetria na Casa

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) antecipou voto pela rejeição do Projeto de Lei da Dosimetria, que será analisado nesta quarta-feira (17) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Em parecer protocolado no colegiado, o parlamentar afirma que a proposta enfraquece o combate ao crime e pode beneficiar condenados por crimes graves, ao alterar regras da execução penal.

“O Senado Federal não pode incorrer na incoerência de endurecer o discurso contra o crime organizado com uma mão, prometendo rigor à sociedade, mas, com a outra, aprovar uma legislação que abre as portas das prisões sem qualquer razoabilidade”, escreveu Vieira. Para ele, o texto cria precedentes perigosos e gera insegurança jurídica, ao extrapolar o alcance originalmente pretendido.

Relator do projeto no Senado, o senador Esperidião Amin (PP-SC) defende o texto aprovado pela Câmara, que prevê a redução de penas para condenados pelos atos de 8 de Janeiro, mas admite ajustes para evitar brechas que possam alcançar outros crimes. A divergência entre os senadores expõe a resistência de parte da CCJ à proposta.

O presidente da comissão, senador Otto Alencar (PSD-BA), já declarou que o projeto não deve avançar se mantiver dispositivos que abrangem processos além dos ataques às sedes dos Três Poderes. Há, ainda, a possibilidade de pedido de vista, o que pode adiar a discussão para 2026.

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No Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos do 8 de Janeiro, também se posicionou contra a atenuação de penas, ao avaliar que a medida enviaria um sinal de tolerância a novas tentativas de ruptura democrática. A sessão desta manhã é considerada decisiva para o futuro do projeto no Senado.

*Com informações de Janaina Camelo

*Reportagem, produzida com auxílio de IA