Ameaçado de cassação, Glauber Braga ocupa mesa da Câmara e é retirado à força

Deputado se manifestou contra a votação do PL da dosimetria e possível cassação de seu mandato

  • Por Júlia Mano
  • 09/12/2025 18h32 - Atualizado em 09/12/2025 18h56
Reprodução/Câmara dos Deputados Glauber Braga O deputado federal Glauber Braga ocupa nesta terça-feira (9) a mesa diretora da Câmara dos Deputados

O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) foi retirado à força do Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (9). O parlamentar ocupou a mesa diretora da Casa Baixa do Congresso Nacional contra a aprovação do projeto de lei da dosimetria, que pode ser votado na sessão desta terça, e uma possível cassação de seu mandato.

“Eu vou ficar aqui calmamente, com toda a tranquilidade, exercendo o meu legítimo direito político de não aceitar de fato consumado uma anistia para um conjunto de golpistas, diminuição da pena de Bolsonaro para dois anos, manutenção da mesma situação política, mantendo os direitos políticos de Eduardo Bolsonaro e gerando para mim, que fiz esse enfrentamento, oito anos de ilegibilidade”, declarou o deputado enquanto ocupava a mesa diretora.

A Câmara dos Deputados cortou o sinal da TV após a fala de Glauber Braga. O plenário também foi esvaziado.

O deputado foi retirado do local por policiais legislativos. Já do lado de fora do plenário, falou com jornalistas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou líderes para uma reunião e decidirem se ainda haverá ou não votações nesta terça.

Estavam na pauta na sessão do plenário as votações do projeto de lei da dosimetria, que visa diminuir as penas das pessoas condenadas pelos atos de 8 de Janeiro, e do texto do devedor contumaz (de urgência para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad)

Também nesta terça, Motta afirmou que vai pautar na quarta-feira (10) o pedido de cassação de Glauber Braga. O deputado é acusado de faltar com decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, com empurrões e chutes, Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), em abril de 2024.

Motta disse que também daria andamento nos próximos dias aos casos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP)