Amistoso da Argentina gera polêmica por altos custos

Partida comemorativa dos 50 anos de independência de Angola, que contará com a presença de Lionel Messi, é criticada por ativistas diante do cenário de crise social

  • Por Jovem Pan
  • 13/11/2025 11h28
EFE / Juan Ignácio Roncoroni Eliminatorias sudamericanas: Argentina - Bolivia Amistoso entre Angola e Argentina, com presença de Messi, marcado para sexta-feira (14), em Luanda, se tornou um ponto de tensão no país

A realização do amistoso entre Angola e Argentina, marcado para sexta-feira (14), em Luanda, se tornou um ponto de tensão no país. O evento, parte das celebrações dos 50 anos da independência angolana, é alvo de duras críticas de ativistas e da sociedade civil, que questionam a transparência e a magnitude dos gastos públicos em um país que enfrenta graves problemas sociais.

O debate central gira em torno dos valores investidos para trazer a seleção argentina, incluindo o astro Lionel Messi. De acordo com o portal Sport News Africa, o custo total da operação chegaria a US$ 32 milhões. Desse montante, US$ 12 milhões seriam destinados apenas para garantir a presença de Messi, e outros US$ 13,6 milhões teriam sido usados na modernização do Estádio 11 de Novembro, palco da partida.

Para críticos como Serra Bango, presidente da Associação Justiça, Paz e Democracia, os gastos são um contrassenso diante da realidade da população. “Precisamos chamar atenção para o sofrimento que os cidadãos angolanos passam, como fome, miséria, desemprego e falta de escolas”, declarou. A organização não governamental Friends of Angola reforça o argumento, apontando que quase metade das crianças do país sofre de desnutrição.

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O governo, por sua vez, defende o amistoso como uma celebração simbólica e uma oportunidade de projetar a imagem de Angola internacionalmente. O ministro da Juventude e Desportos, Rui Falcão, afirmou que o interesse na partida partiu da própria seleção argentina, mas não confirmou os valores veiculados. Segundo ele, o projeto contará com a “contribuição voluntária de alguns empresários”, e o governo se responsabilizará pelos custos de hospedagem e transporte da delegação visitante.