Ao ser preso, Bolsonaro admitiu ter tentado adulterar tornozeleira
Mais cedo, a Jovem Pan confirmou a informação de que o capitão da reserva usou um ferro de solda para tentar romper a tornozeleira
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, segundo fontes da Polícia Federal (PF), a tentativa de adulterar a tornozeleira eletrônica na madrugada deste sábado (22). O ex-presidente teria feito a confissão logo depois de ser detido e levado à Superintendência da PF. Ele ainda não participou de audiência de custódia, que está marcada para amanhã.
Mais cedo, a Jovem Pan confirmou a informação de que o capitão da reserva usou um ferro de solda para tentar romper a tornozeleira, segundo a PF. Uma perícia no material confirmou que o capitão da reserva tentou romper o equipamento com uma “fonte de calor”.
A tentativa de retirada da tornozeleira foi usada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) como um dos motivos para determinar a prisão do ex-presidente. Depois que chegou à Superintendência da PF, Bolsonaro teve a segundo tornozeleira retirada.
Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, onde ficará em uma sala de Estado, espaço reservado para autoridades como presidentes da República e outras altas figuras públicas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Michel Temer também ficaram detidos em salas da PF
A decisão ainda não marca o início do cumprimento da pena de reclusão.
Em nota, a Polícia Federal informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva expedido pelo STF.
Em 11 de setembro, por 4 votos a 1, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A maioria dos réus foi condenada a mais de 20 anos de prisão em regime fechado. Apesar da definição do tempo de condenação, Bolsonaro e os demais não vão ser presos imediatamente. Eles ainda podem recorrer da decisão e tentar reverter as condenações. Somente se os eventuais recursos forem rejeitados, as prisões poderão ser efetivadas.
Na última sexta-feira (21), a defesa do ex-presidente havia pedido a Moraes, que o capitão cumpra a sua pena de 27 anos e três meses em casa. Os advogados argumentam que ele não teria condições físicas de ser encaminhado a um presídio comum, e que isso apresentaria risco a sua vida. “A situação de saúde do Peticionário já se encontra profundamente debilitada”, diz o texto. Também, no mesmo requerimento, a defesa avisa que pretende recorrer utilizando embargos infringentes ao STF sobre a condenação do ex-presidente.
Confira o despacho de Alexandre de Moraes

Veja a avaliação da Secretaria de Estado e Administração Penitenciária do DF
