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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (14) que dará instruções ao Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) para investigar o ex-mandatário Bill Clinton (1993-2001) e outras pessoas por suposto envolvimento com o financista Jeffrey Epstein.
“Agora que os democratas estão usando a farsa de Epstein, envolvendo democratas, não republicanos, para tentar desviar a atenção do seu desastroso shutdown [a paralisação do governo federal americano, encerrada esta semana após 43 dias de impasse] e de todos os seus outros fracassos, pedirei à procuradora-geral Pam Bondi e ao Departamento de Justiça, juntamente com nossos grandes patriotas do FBI, que investiguem o envolvimento e o relacionamento de Jeffrey Epstein com Bill Clinton, Larry Summers [secretário do Tesouro na gestão Clinton], Reid Hoffman [cofundador do LinkedIn], [o banco] J.P. Morgan Chase e muitas outras pessoas e instituições, para determinar o que estava acontecendo entre eles e ele [Epstein]”, escreveu Trump na rede Truth Social.
“Este é mais um golpe estilo Rússia, Rússia, Rússia, com todas as evidências apontando para os democratas. Os registros mostram que esses homens, e muitos outros, passaram grande parte de suas vidas com Epstein e em sua ‘ilha’. Fiquem ligados!”, disse Trump, citando as acusações que sofreu de suposta ligação da sua campanha com a Rússia em 2016 e a ilha nas Ilhas Virgens Americanas onde teriam ocorrido os crimes sexuais atribuídos a Epstein.
Na quarta-feira (12), deputados democratas que integram o Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos divulgaram e-mails, cuja autenticidade ainda não foi verificada de forma independente, que apontam que Epstein teria afirmado que Trump “sabia sobre as meninas” e que o presidente americano “passou horas” com uma das vítimas do esquema.
O financista foi encontrado morto na sua cela em Nova York em 2019, quando aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual. Por acusações relacionadas, a socialite inglesa Ghislaine Maxwell, ex-sócia e ex-namorada de Epstein, cumpre pena de 20 anos de prisão.
Trump sempre negou ter participado do esquema de tráfico sexual de Epstein ou ter conhecimento dele.
Em julho, o presidente processou o The Wall Street Journal (WSJ) e seus proprietários, a família Murdoch, depois que o periódico publicou uma reportagem que apontava que o mandatário republicano teria mandado em 2003 uma carta com uma mensagem de aniversário ao financista com um desenho de uma mulher nua.
Este ano, Trump sofreu desgaste porque seu governo confirmou que a morte do financista foi um suicídio e porque alegou que uma lista de clientes famosos de Epstein não existe, contrariando teorias de apoiadores do presidente americano.
Em julho, o DOJ colheu na prisão um depoimento de Maxwell, no qual a ex-namorada e ex-sócia de Epstein disse que nunca testemunhou nem ouvir falar sobre qualquer comportamento “inapropriado” ou criminoso de Trump e de Clinton relacionado às atividades do financista.


