Após novo procedimento, equipe médica espera que Bolsonaro tenha alta em 1º de janeiro

Internado desde 24 de dezembro, o ex-presidente passou por cirurgia para corrigir as alças intestinais e duas intervenções para bloquear os nervos frênicos

  • Por Júlia Mano e Victor Trovão
  • 29/12/2025 18h15
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Brasília (DF) 14/09/2025 O ex-presidente Jair Bolsonaro, acompanhado de seu filho, Jair Renan, deixa hospital sob forte esquema de segurança, após passar por procedimentos. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Equipe médica de Bolsonaro disse que o ex-presidente apresentou quadro de apneia do sono severa durante a internação

O ex-presidente Jair Bolsonaro passou nesta segunda-feira (29) por intervenção para bloquear o nervo frênico esquerdo, responsável pelo controle do diafragma. A técnica é indicada em casos graves e persistentes de soluços. Depois do procedimento, a equipe médica do Hospital DF Star, em Brasília, conversou com jornalistas. Eles informaram que o quadro do ex-chefe do Executivo é “estável” e, caso não haja “intercorrências”, ele deve ter alta na quinta-feira (1º).

Segundo o cirurgião-geral Claudio Birolini, Bolsonaro ficará em observação nas próximas 48 horas para avaliar “resultados e complicações” do procedimento feito nesta segunda.

O ex-presidente também deve passar por uma endoscopia “digestiva alta” na terça-feira (30) ou na quarta-feira (31).

Birolini ainda disse que, na noite de domingo (28), Bolsonaro refez o exame de polissonografia, que fornece um estudo de apneia do sono.

“O exame mostrou que ele tem uma apneia de sono severa [com] praticamente 50 episódios de interrupção de sono por hora, inclusive com padrão obstrutivo”, disse o cirurgião-geral. Para atenuar o quadro, o ex-presidente vai usar, durante a internação, um equipamento que mantém a garganta aberta.

Questionado sobre a alta de pressão, o cardiologista Brasil Caiado disse que Bolsonaro apresentou um “pico hipertensivo” no sábado (27) e a dosagem do medicamento para tratar a condição foi dobrada.

Caiado também informou que, durante o procedimento desta segunda, o ex-presidente teve novamente “uma crise hipertensiva”. Por esse motivo, eles só deixaram o centro cirúrgico uma hora depois da intervenção até terem resposta do medicamento administrado.

Esse foi o terceiro procedimento que Bolsonaro passou desde a internação na véspera de Natal. No dia seguinte, em 25 de dezembro, o ex-presidente passou por cirurgia para corrigir as alças intestinais que, devido a uma fraqueza da parede abdominal, causavam desconforto e riscos de obstrução. A equipe médica informou que o procedimento transcorreu “sem intercorrências” e durou cerca de três horas.

No sábado, o ex-presidente foi submetido à segunda intervenção, para bloquear o nervo frênico direito.

No início da semana passada, o ex-presidente foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a deixar a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para a internação. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação pela trama golpista.