Após prisão de Bolsonaro, Tarcísio se fortalece, mas corre risco de ‘queimar largada’, avaliam aliados
Qualquer movimento errado, neste momento, pode ser entendido como traição ao ex-presidente; por outro lado, governador corre risco virar ainda mais ‘alvo da esquerda’
Após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sai com o nome mais fortalecido para concorrer à Presidência da República na avaliação de aliados. O entendimento é que o ocorrido gerou um desgaste na família Bolsonaro como um todo, e que o nome do chefe do Executivo paulista se consolida como mais viável.
Apesar disso, fontes reiteram o risco de que Tarcísio “queime a largada”. Para eles, qualquer movimento errado, neste momento, pode ser entendido como traição ao ex-presidente. Além disso, os mesmos aliados apontam que o governador vira ainda mais “alvo da esquerda” e consideram que segurar qualquer tipo de anúncio de que Tarcísio sairá como presidente possa fazer mais sentido neste momento. “Não é hora de antecipar, meter os pés pelas mãos. Precisamos mostrar a direita unida e só”, disse uma pessoa próxima reservadamente.
Auxiliares apontam que a convocação de vigília por parte do filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, fortalece Tarcísio e também a visão do Centrão sobre o pleito do ano que vem, já que o movimento foi considerado na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão. Para o Centrão, que quer apoiar a candidatura de Tarcísio ao Planalto, um vice com sobrenome Bolsonaro, como vinha sendo pensado no caso de Flávio, afastaria o eleitor mais moderado do atual governador. Nesse cenário, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro aparece mais favorecida. A ala bolsonarista defende que manter o sobrenome da família na chapa segura os eleitores fiéis ao ex-presidente. Mesmo assim, o entorno de Tarcísio defende que ele é o único que une o centro, a direita e o bolsonarismo.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
