‘Balanço é muito positivo’, informa embaixador sobre fundo para florestas

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado pelo presidente Lula durante a COP30, já conta com um aporte inicial de US$ 5,5 bilhões

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2025 08h49
© Bruno Peres/Agência Brasil O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Maurício Lyrio O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Maurício Lyrio

O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Maurício Lyrio, fez um balanço positivo das adesões, até o momento, à iniciativa do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Lançado oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o primeiro dia da Cúpula do Clima, em Belém, o fundo já conta com um aporte inicial de US$ 5,5 bilhões.

O evento antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, também na capital paraense. O secretário é o líder das negociações brasileiras na COP30.

“O balanço é muito positivo, porque, na verdade, tivemos ontem o primeiro dia de discussão efetiva do TFFF. Lançamos a declaração do TFFF com apoio de 53 países e hoje já são 55 países, já com aportes financeiros consideráveis”, avaliou nesta sexta-feira (7) o embaixador após conceder entrevista ao CanalGov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ontem (6), a Noruega se comprometeu com US$ 3 bilhões para os próximos dez anos; a Indonésia vai aportar US$ 1 bilhão. A França indicou que poderá investir até US$ 577 milhões até 2030. Já Portugal anunciou um aporte de US$ 1 milhão. O Brasil anunciou o aporte de US$ 1 bilhão.

Na tarde desta sexta-feira, o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, confirmou que o país vai investir um valor “considerável”, mas não especificou uma quantia. O anúncio da participação do país europeu foi feito após a reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Hoje, o chanceler alemão, Merz, anunciou que a Alemanha fará o que ele disse ser uma contribuição muito financeira considerável para o TFFF e ele repetiu: ‘considerável de acordo com os padrões alemães’ é isso parece ser uma belíssima notícia para que fortaleçamos o TFFF”, acrescentou Lyrio.

Mais cedo, durante entrevista coletiva, o chanceler alemão disse que a definição dos valores depende ainda de ajustes que serão feitos em conjunto com o Ministério da Fazenda do país. Existe a expectativa que o anúncio possa ser feito nos próximos dias, mas, segundo o chanceler, poderá demorar um pouco mais.

Merz ressaltou ainda que já há um consenso avançado sobre a contribuição, mas que o anúncio depende ainda de análises sobre o fundo e de ajustes junto a membros do governo.

O TFFF vai combinar investimento público e privado e prevê que os recursos sejam repassados a países com florestas tropicais para que trabalhem pela preservação dessas áreas.

Ao todo, 34 países com florestas tropicais endossaram a Declaração do TFFF. Juntos, eles cobrem quase 90% das florestas tropicais em países em desenvolvimento, incluindo Indonésia, República Democrática do Congo e China.

Na segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil estabeleceu como meta a captação de US$ 10 bilhões em investimentos públicos dos países para o TFF até o final de 2026, ainda durante a presidência do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). Segundo Haddad, a nova ferramenta financeira inova por combinar recursos públicos e privados na forma de investimento, e não de doação.

“O objetivo brasileiro, como disse o ministro Haddad é chegar a US$ 10 bilhões em um ano e já começamos com um patamar muito significativo”, finalizou o embaixador.

COP30

Na segunda-feira, tem início as negociações da COP 30. O embaixador já destacou anteriormente que o Brasil possui credenciais reconhecidas na área climática e que está trabalhando para que as decisões tomadas na conferência se tornem ações efetivas no enfrentamento à mudança do clima.

O progresso do país na transição energética e na preservação de suas florestas também é destaque do país nas negociações internacionais em torno das definições das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês).

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As NDCs são metas de mitigação, ou seja, compromissos adotados pelos países para redução de emissões de gases de efeito estufa. O Brasil se comprometeu a reduzir entre 59% e 67% suas emissões até 2035, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia. Até o momento, já divulgaram suas NDCs 78 países, responsáveis por 63% das emissões de gases do efeito estufa. A expectativa é que o número de nações aumente substancialmente durante a conferência.

Faltam entregar as NDCs 119 países, responsáveis por 37% das emissões de gases do efeito estufa.

*Com informações do Agência Brasil