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O presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, durante encontro em outubro. (Foto: Lenin Nolly/EFE)

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O novo governo da Bolívia, liderado pelo presidente Rodrigo Paz, vai adotar uma política externa “pragmática” e com ênfase em valores democráticos, afirmou nesta terça-feira (11) o chanceler Fernando Aramayo, em entrevista a veículos nacionais.

Segundo o ministro, o país buscará “conviver e interagir com quem compartilha princípios e valores”, marcando distância de regimes de esquerda como os de Cuba, Venezuela e Nicarágua, embora sem fechar totalmente o diálogo.

Aramayo explicou que o objetivo da nova política externa é reposicionar a Bolívia no cenário internacional, após quase duas décadas de alinhamento ideológico com governos e regimes de esquerda latino-americana.

“Vamos conviver e interagir com aqueles que compartilham nossos valores e princípios, mas isso não significa que deixaremos de dialogar com quem não necessariamente os compartilha”, disse, em referência aos antigos aliados de La Paz.

De acordo com o chanceler, a diretriz do presidente Paz é conduzir uma diplomacia “profissional, meritocrática e orientada por resultados”, com foco em reconstruir a credibilidade do país e fortalecer as relações com nações democráticas. Entre as medidas já anunciadas está a restituição das relações diplomáticas com os Estados Unidos, rompidas desde 2008, quando o então presidente Evo Morales expulsou o embaixador norte-americano.

Aramayo acrescentou que a Bolívia pretende reformar seu serviço diplomático e avaliar o desempenho de embaixadores e cônsules com base em metas e indicadores. Segundo ele, a nova orientação prioriza resultados concretos, atração de investimentos e abertura de mercados.

“Queremos uma diplomacia que traga o mundo à Bolívia e leve a Bolívia ao mundo”, afirmou.

O chanceler também destacou que o país manterá diálogo com todos os atores internacionais, mas com uma clara diferenciação entre “conviver e coexistir”.

“Vamos manter relações institucionais, mas não alianças políticas com regimes que não compartilham nossos valores democráticos”, completou.

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