Bolsonaro é submetido a cirurgia para controle de crises de soluços
Bloqueio do nervo frênico consiste na aplicação de anestésico local para interromper temporariamente os estímulos nervosos responsáveis pela contração do diafragma
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido neste sábado (27) a um novo procedimento cirúrgico, desta vez para a realização de um bloqueio do nervo frênico, técnica médica indicada em casos graves e persistentes de soluços. A informação foi divulgada por familiares nas redes sociais. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu orações pelo sucesso do procedimento. Segundo ela, Bolsonaro enfrenta há cerca de nove meses crises recorrentes de soluços, que têm causado “angústia”.
O bloqueio do nervo frênico consiste na aplicação de anestésico local para interromper temporariamente os estímulos nervosos responsáveis pela contração do diafragma, principal músculo da respiração. O procedimento é indicado em situações raras, quando os soluços não respondem a medicamentos convencionais. O efeito é reversível e exige monitoramento respiratório contínuo em ambiente hospitalar.
Filhos do ex-presidente também relataram a cirurgia nas redes sociais. “Meu pai volta à mesa de cirurgia novamente! Meu irmão Jair Renan está aguardando no hospital para mais informações, pois não é possível visita de mais de um filho no mesmo horário. Para que isso, Meu Deus?”, desabafou Carlos Bolsonaro.
Renan disse ter sido impedido de acompanhar o procedimento, o que classificou como um momento de forte abalo emocional para a família. “É muita maldade impedir um filho de acompanhar o próprio pai em um momento tão crítico. No lugar do carinho e da presença da família, dois policiais armados estão, neste exato momento, acompanhando meu pai.”
A nova intervenção ocorre dois dias após Bolsonaro ter passado por uma cirurgia abdominal para correção de alças intestinais, afetadas por uma fraqueza da parede abdominal, condição relacionada às múltiplas intervenções cirúrgicas realizadas desde o atentado sofrido em 2018. Segundo a equipe médica, o procedimento, realizado na quinta-feira (25), durou cerca de três horas e transcorreu sem intercorrências.
Em boletim médico divulgado na sexta, os médicos informaram que Bolsonaro iniciou o tratamento pós-operatório, com fisioterapia motora e uso de medicamentos para prevenção de trombose. Também foram feitos ajustes nas medicações para controle dos soluços e do refluxo gastroesofágico.
Ainda de acordo com a equipe médica, o ex-presidente conseguiu se alimentar e permanece sob observação. A previsão inicial, antes da nova operação, era de internação entre cinco e sete dias. Uma nova avaliação médica está prevista para a próxima segunda-feira (29), quando serão definidos os próximos passos do tratamento.

