Bolsonaro preso! E agora?

Será que Bolsonaro passará o bastão para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ou cederá o posto para alguém da sua família?

  • Por Alan Ghani
  • 22/11/2025 18h37 - Atualizado em 22/11/2025 18h37
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visita o ex-presidente Jair Bolsonaro Flávio Bolsonaro e Jair Renan acompanham o pai, Jair Bolsonaro, durante visita de Tarcísio de Freitas

Após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro foi preso. Por mais esperada que fosse a prisão, é claro que a materialização da ação sempre é impactante. Afinal, não é uma pessoa qualquer. Trata-se um ex-presidente da República e o principal líder da direita no Brasil.

A prisão do ex-presidente traz muitas dúvidas em relação ao futuro do bolsonarismo. A primeira é em relação às eleições de 2026. Será que Bolsonaro passará o bastão para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ou cederá o posto para alguém da sua família, a fim de manter a chama do bolsonarismo ativa?

O problema da segunda opção é que seu natural sucessor, Eduardo Bolsonaro, está fora do país e na mira do STF. Se voltar ao Brasil, corre o risco de ser preso preventivamente por Alexandre de Moraes. Com Eduardo fora do jogo, restam os nomes de sua esposa, Michelle Bolsonaro, ou de seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro.

No entanto, esses nomes estão longe de trazer consenso na direita, inclusive no núcleo bolsonarista. O nome de Michelle apresenta resistência dos próprios filhos. Além disso, há dúvidas se Bolsonaro gostaria de ver sua mulher no jogo sujo e pesado da política. Já em relação a Flávio Bolsonaro, além de não ser tão popular como seu irmão, a dúvida é se ele abriria mão de uma reeleição praticamente garantida no Senado para arriscar uma disputa à Presidência.

Talvez Bolsonaro banque Tarcísio, candidato preferido do Centrão, até como esperança do ex-governador livrá-lo da prisão futuramente por meio de indulto, caso eleito. Entretanto, provavelmente parte do bolsonarismo não vai endossar a candidatura do governador. Aliás, para o grupo de Eduardo Bolsonaro, a eleição de 2026 pouco importa. Sua estratégia será a continuidade de pressão no STF por meio de influência no governo Trump.

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Tudo indica que o bolsonarismo deverá continuar existindo como militância antissistema, e não como força política para disputar as eleições de 2026.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.