China avança nas universidades brasileiras enquanto países ricos impõem restrições. (Foto: Viktor Braga/UFC)

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Universidades brasileiras, lideradas pela Unesp, ampliam parcerias com o Instituto Confúcio, organização ligada ao governo chinês. A aproximação ocorre enquanto países como EUA, Canadá e Reino Unido restringem o instituto por receio de que ele seja um braço da influência de Pequim.

O que exatamente essas parcerias envolvem?

As parcerias buscam ampliar as conexões com a China. Na Unesp, por exemplo, os resultados em um ano incluíram quase 4 mil matrículas em cursos de chinês, mais de mil exames de proficiência e dezenas de atividades culturais. O plano é ir além, criando um novo curso de graduação em Língua e Cultura Chinesa e enviando cerca de 50 alunos por ano ao país asiático para intercâmbios, focando especialmente em cooperação tecnológica.

O que é o Instituto Confúcio e por que ele é controverso?

É uma organização global criada e financiada pelo governo da China com a missão oficial de promover a língua e a cultura chinesa. Críticos, no entanto, apontam que o instituto funciona como uma ferramenta de "soft power" (poder de convencimento), usada pelo Partido Comunista Chinês para expandir sua influência política e ideológica no exterior, o que poderia comprometer a liberdade acadêmica das instituições parceiras.

Por que outros países estão restringindo o instituto?

Países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Suécia e Austrália fecharam dezenas de unidades do Instituto Confúcio. A principal preocupação é que a entidade sirva como um canal para a agenda do governo chinês dentro de ambientes universitários, limitando debates sobre temas sensíveis a Pequim. A organização Human Rights Watch, inclusive, recomenda que universidades evitem parcerias com o instituto.

Qual a justificativa do Brasil para ir na direção contrária?

O diretor do Instituto Confúcio na Unesp, Luis Antonio Paulino, afirma que a parceria facilita o intercâmbio científico com universidades chinesas que são líderes em áreas de ponta, como transição energética. Para ele, a reação de países ocidentais é uma decisão política, motivada por uma "rivalidade estratégica" para tentar frear o avanço tecnológico e a influência global da China.

Quais os próximos passos dessa aproximação no país?

A tendência é de expansão. A Unesp, que se autodenomina a "universidade parceira número um da China", planeja iniciar já em 2026 um curso de graduação em Língua e Cultura Chinesa no campus de Assis (SP). Além da Unesp, instituições como Unicamp, UFMG e a privada FAAP também mantêm laços com o Instituto Confúcio, sinalizando que a cooperação com a China na área da educação segue se fortalecendo no Brasil.

Este conteúdo foi gerado com inteligência artificial. Para acessar a informação na íntegra e se aprofundar sobre o tema consulte a reportagem a seguir.

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