Javier Milei, presidente da Argentina; Antonio Kast, eleito presidente do Chile; e Rodrigo Paz, eleito presidente da Bolívia (Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH/Elvis González/Gabriel Márquez)

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A vitória do candidato de direita José Antonio Kast no Chile segue a trajetória de outros grandes países latino-americanos que se voltaram para o conservadorismo nos últimos anos, como Bolívia e Argentina.

No extremo oposto do espectro estão o Brasil, o Uruguai e a Colômbia, que fizeram o caminho inverso, da direita para a esquerda.

Em outros casos, a orientação política permaneceu a mesma: do Paraguai conservador à Costa Rica, México e República Dominicana progressistas.

Enquanto isso, Venezuela, Cuba e Nicarágua seguem há décadas com governos ditatoriais de esquerda, que são questionados por diversas organizações internacionais devido às suas graves violações de direitos humanos, incluindo a supressão de direitos políticos.

Como está o mapa político da América Latina

Chile: O presidente eleito José Antonio Kast, do Partido Republicano (de direita), tomará posse em março de 2026.

Sua vitória neste domingo (14) marca uma mudança radical na agenda política do país, após o governo esquerdista de Gabriel Boric.

Argentina: Javier Milei derrotou o peronista Sergio Massa no segundo turno das eleições de novembro de 2023. O partido de Milei, La Libertad Avanza (LLA), é uma força de direita e de orientação libertária.

Bolívia: Rodrigo Paz assumiu o cargo em 8 de novembro de 2025, após vencer as eleições daquele ano. Ele é um político de centro-direita do Partido Democrata Cristão, que sucedeu o ex-presidente Luis Arce, após quase vinte anos de governos do Movimento para o Socialismo (MAS).

México: Em 1º de outubro de 2024, Claudia Sheinbaum assumiu o poder, dando continuidade ao projeto do ex-presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), um partido de esquerda.

Brasil: Em 1º de janeiro de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva retornou ao poder, após derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Venezuela: O ditador Nicolás Maduro segue no poder desde 2013 e a legitimidade das últimas eleições realizadas no ano passado no país foi amplamente questionada pela oposição e por parte da comunidade internacional.

Colômbia: o governo é liderado desde 2022 por Gustavo Petro e sua principal coalizão, o Pacto Histórico, uma fusão de movimentos de esquerda. Petro sucedeu Iván Duque, do partido de direita Centro Democrático.

Peru: o atual presidente é José Jerí, do Partido Democrático Somos Perú, de centro-direita, que assumiu a presidência após a destituição de Dina Boluarte, em outubro de 2025.

Equador: desde 2023, o país é presidido por Daniel Noboa, líder da Ação Democrática Nacional; ele foi reeleito em 2025 para um novo mandato.

A agenda de Noboa, filho de um dos homens mais ricos do país, se aproxima mais da centro-direita.

Guatemala: o país é governado por Bernardo Arévalo de León, que assumiu o cargo em 14 de janeiro de 2024, após vencer as eleições gerais de 2023 com o partido social-democrata Movimento Semilla.

República Dominicana: o Partido Revolucionário Moderno (PRM) governa desde 2020. É uma força política social-democrata que se define como de centro-esquerda. O presidente é Luis Abinader, reeleito em maio de 2024.

Honduras: até o encerramento da contagem dos votos das eleições realizadas em 30 de novembro de 2025, a atual presidente do país é Xiomara Castro de Zelaya, de esquerda.

Os resultados preliminares das eleições de novembro mostraram uma disputa muito acirrada entre os candidatos Nasry Asfura (Partido Nacional de Honduras, direita/conservador), apoiado por Donald Trump, e Salvador Nasralla (Partido Liberal, de centro).

Uruguai: desde 1º de março de 2025, Yamandú Orsi, da Frente Ampla, uma coligação de esquerda, está no poder, substituindo Luis Alberto Lacalle Pou, de direita.

El Salvador: Nayib Bukele governa desde 1º de junho de 2019 pelo partido conservador Grande Aliança para a Unidade Nacional (GANA) e foi reeleito pelo partido governista Novas Ideias (NI) em 4 de fevereiro de 2024, com ampla maioria.

A tendência ideológica de Bukele combina elementos de conservadorismo social e pragmatismo político.

Nicarágua: o ditador Daniel Ortega está no poder desde 2007. Após as reformas constitucionais de 2025, a separação de poderes foi eliminada, o "mandato presidencial" foi estendido para seis anos e ele divide o regime com sua esposa, Rosario Murillo.

Paraguai: o Partido Colorado do Paraguai, conservador, nacionalista e tradicionalista, governa o país desde 2013 e, na realidade, está no comando do Paraguai quase ininterruptamente desde meados do século passado, exceto por um período entre 2008 e 2013, quando o presidente era Fernando Lugo, com o apoio do Partido Liberal.

Nas últimas eleições, em abril de 2023, o Partido Colorado consolidou seu domínio com a vitória de seu candidato à presidência, Santiago Peña.

Costa Rica: nas eleições de abril de 2022, Rodrigo Chaves, do Partido Social Democrata Progressista (PPSD), de ideologia social-democrata, foi eleito presidente.

Chaves derrotou José María Figueres, do Partido da Libertação Nacional (PLN), um partido de centro-esquerda que esteve no poder entre 2018 e 2022.

Panamá: o presidente José Raúl Mulino, do partido conservador Realizando Metas, venceu as eleições de maio de 2024, após substituir o ex-presidente Ricardo Martinelli como candidato, depois que este foi condenado e desqualificado por lavagem de dinheiro.

Mulino sucedeu Laurentino Cortizo, do Partido Revolucionário Democrático (PRD), de centro-esquerda.

Cuba: O país é comandado pelo ditador Miguel Díaz-Canel, que substituiu Raúl Castro, irmão de Fidel Castro, do Partido Comunista de Cuba, o único partido legalizado no país.

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