Corinthians: o time salva o ano; a diretoria, não
Alcançar a final garante vaga direta na Libertadores 2026 e uma premiação substancial — o vice já rende milhões, e o título, bem mais —, o que pode aliviar significativamente a grave crise financeira do clube
Com o Corinthians classificado para a final da Copa do Brasil 2025 contra o Vasco — após uma heroica vitória nos pênaltis sobre o Cruzeiro na semifinal —, a temporada pode ser avaliada como razoavelmente positiva. Apesar das inconsistências ao longo do ano, o Timão conseguiu um resgate significativo no fim, especialmente no mata-mata nacional. A campanha na Copa do Brasil tem sido sólida: invicto em jogos de mata-mata em casa na Neo Química Arena, com alto aproveitamento nos confrontos eliminatórios (cerca de 84% em 2025) e várias partidas sem sofrer gols.
Alcançar a final garante vaga direta na Libertadores 2026 e uma premiação substancial — o vice já rende milhões, e o título, bem mais —, o que pode aliviar significativamente a grave crise financeira do clube. Outro ponto alto foi a conquista do Campeonato Paulista, batendo o Palmeiras na final. Um título estadual importante para a torcida, que reforça a rivalidade e traz alegria em meio a tantas turbulências. O Corinthians também manteve um aproveitamento positivo contra rivais paulistas, especialmente em casa, permanecendo invicto na Arena em clássicos.
No Campeonato Brasileiro, o desempenho foi mediano: o Timão terminou na 13ª posição, longe das expectativas iniciais, mas sem risco real de rebaixamento. Houve eliminações precoces na pré-Libertadores e na Sul-Americana, o que frustrou os planos continentais no início do ano. No entanto, chegar à final da Copa do Brasil — com o título estadual no bolso e a chance de voltar a ser campeão nacional no mata-mata (o último foi em 2009) — transforma o balanço.
O futebol apresentado em campo foi, com certeza, melhor do que as desastrosas gestões recentes do clube: impeachment do presidente, acusações de lavagem de dinheiro e associação criminosa, dívida superior a R$ 2,7 bilhões, transfer bans, debandada na diretoria, brigas políticas internas, reprovação de contas e até pichações na sede. Entre o futebol e a administração, o rendimento dentro das quatro linhas foi menos decepcionante e, sem dúvida, muito menos vergonhoso. A decisão contra o Vasco começa nesta quarta (17/12) na Neo Química Arena e termina no domingo (21/12) no Maracanã.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
