Deputado Carlos Jordy afirmou que já tem assinaturas suficientes para CPMI do Master, mas quer ter gordurinha até protocolar pedido
Deputado Carlos Jordy afirmou que já tem assinaturas suficientes para CPMI do Master, mas quer ter gordurinha até protocolar pedido (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), vice-líder da oposição na Câmara, afirmou já ter conseguido 205 assinaturas para apresentar o pedido de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre o caso do Banco Master.

Para que uma CPMI seja aberta, é preciso obter o apoio mínimo de 171 deputados e 27 senadores. Segundo Jordy, até o momento, 177 deputados e 28 senadores já apoiaram a iniciativa. Além das assinaturas, é necessário que o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), convoque uma sessão do Congresso Nacional e leia o requerimento para deputados e senadores, a fim de instaurar a comissão.

Como a Gazeta do Povo relatou, na noite de segunda-feira (29), a oposição anunciou uma ofensiva para viabilizar o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e para instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banco Master.

À rede CNN, Jordy afirmou que, apesar de já ter conseguido o número de assinaturas necessário, apresentará o pedido de CPMI apenas em fevereiro, quando o Congresso Nacional voltar do recesso parlamentar. Ele explicou que o registro do protocolo só pode ser feito com a retomada dos trabalhos legislativos.

Apesar de já contar com as assinaturas suficientes, o deputado argumentou que a apresentação em fevereiro será positiva, pois, assim, terá tempo de ampliar a base de apoio à CPMI. Por outro lado, Jordy também avalia que o governo fará uma ofensiva para tentar retirar o apoio de congressistas à comissão, uma das razões para o deputado querer uma “gordurinha” a mais de assinaturas.

“Tem a questão de o governo fazer mais pressão, inclusive dos ministros, para que parlamentares retirem assinaturas, mas eu acho que a tendência maior é a gente conseguir mais assinaturas até lá”, afirmou à CNN.

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Pedido de CPMI do Master visa averiguar conexões político-institucionais

A CPMI do Master tem o objetivo de investigar fraudes financeiras atribuídas ao banco. De acordo com estimativas da Polícia Federal, que conduz a operação Compliance Zero sobre o caso, os valores podem chegar a R$ 12,2 bilhões. No pedido de instalação da CPMI, os proponentes também alegam que será possível averiguar as “demais conexões político-institucionais relacionadas aos fatos investigados”.

Nesse sentido, Jordy argumenta ainda que “embora as investigações criminais em curso sejam fundamentais, não se mostram suficientes para abarcar todas as dimensões do caso”. O deputado menciona “responsabilidades políticas e institucionais”, falhas “sistêmicas” de regulação e supervisão, os impactos econômicos do caso e a necessidade de aperfeiçoamento legislativo para prevenir outras situações semelhantes como justificativa para a criação da comissão.

Na segunda-feira (29), o deputado já havia defendido a abertura da CPMI para que os parlamentares possam ouvir Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, sobre o contrato de sua empresa de advocacia com o Master. Na ocasião, Jordy destacou que, se não fosse a atuação da CPMI do INSS, as investigações sobre os descontos ilegais em pensões e aposentadorias “não teriam avançado tanto”.