Maduro reforça discurso de união regional e recebe título de ‘arquiteto da paz’
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a destacar a união entre os povos sul-americanos como elemento central para a garantia da paz, da estabilidade e da soberania regional.
Em pronunciamento feito em Caracas, no dia 17 de dezembro de 2025, o chefe de Estado defendeu a aproximação entre Venezuela e Colômbia, evocando o legado histórico de Simón Bolívar e a ideia de integração conhecida como Grande Colômbia.
Segundo Maduro, “a maior garantia de paz e estabilidade é a união”, motivo pelo qual fez um chamado direto ao povo colombiano, incluindo trabalhadores, movimentos sociais, forças políticas e militares, para uma “união perfeita” com a Venezuela.
De acordo com o presidente, essa articulação teria como objetivo impedir qualquer tentativa de interferência externa e fortalecer a soberania dos países bolivarianos. Ele ressaltou que a relação entre Venezuela e Colômbia está profundamente marcada pela história comum e pelos ideais de independência.
O presidente afirmou ainda que essa sinergia bilateral traz vantagens significativas que, segundo ele, muitas vezes não são devidamente consideradas, especialmente no campo do desenvolvimento econômico, social e político. Para Maduro, a integração regional também possui um papel estratégico no âmbito militar, como fator de preservação da paz e da soberania no século XXI. Em seu discurso, ele indicou que esse projeto de união não se limita a dois países, mas se estende a outras nações da região, como Equador, Peru, Bolívia, Panamá e Venezuela, no que definiu como “a grande obra do Libertador”.
Durante a intervenção, Maduro recorreu a escritos e discursos de Simón Bolívar para sustentar sua posição. Ele citou textos nos quais o Libertador expressa a admiração pela determinação da antiga Nova Granada em defender a liberdade e destaca as vantagens da criação de uma nova república composta por Venezuela e Colômbia. O presidente também recordou o Discurso de Angostura, de 1819, no qual Bolívar afirmou que a união da Nova Granada e da Venezuela era o objetivo central de sua luta e a garantia da liberdade da América do Sul.
No mesmo contexto simbólico e histórico, a Sociedade Bolivariana de Venezuela concedeu a Nicolás Maduro a distinção de “arquiteto da paz” e o acreditou como presidente honorário da instituição. A homenagem foi realizada no Museu Bolivariano, em Caracas, durante um ato comemorativo pelos 195 anos da morte de Simón Bolívar. A cerimônia incluiu a entrega de uma estola representativa e de uma condecoração especial, conduzida pelo general de brigada Pompeyo José Torrealba, que destacou o compromisso do presidente com a defesa da soberania nacional.
Representantes da Sociedade Bolivariana, entre eles Mireya Leal Beaujont, afirmaram que o reconhecimento simboliza a preservação da paz na Venezuela e na América Latina.
Em seu discurso, Maduro ressaltou que a paz constitui um objetivo permanente de sua gestão e declarou: “A paz será meu porto, a paz será minha glória, a paz será quanto desejo, a paz será sempre nossa vitória”.
Segundo o presidente, a distinção recebida representa um compromisso adicional com o povo venezuelano.
O ato também permitiu destacar o valor histórico e patrimonial do Museu Bolivariano, que abriga documentos, escritos e objetos relacionados à trajetória de Simón Bolívar e da própria Sociedade Bolivariana. Entre os itens preservados no espaço está uma réplica da Espada do Peru, entregue ao Libertador há cerca de 200 anos.
A cerimônia marcou ainda a reabertura da sede histórica do museu, após um processo de reabilitação que contemplou todos os seus ambientes.
Com discursos centrados na integração regional, na soberania e na valorização do legado bolivariano, o governo venezuelano reforça sua narrativa institucional de paz e unidade latino-americana, associando ações e pronunciamentos atuais a símbolos históricos que continuam a ocupar papel relevante no imaginário político e cultural do país.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.