
Ouça este conteúdo
A Petrobras anunciou nesta segunda (17) a descoberta de um novo campo para exploração de petróleo na Bacia de Campos, no litoral do estado do Rio de Janeiro. O poço do bloco Sudoeste de Tartaruga Verde está localizado a 108 quilômetros de distância da costa da cidade de Campos dos Goitacazes a uma profundidade de 734 metros, no chamado “pós-sal”.
Segundo a estatal, a perfuração deste poço já foi concluída e a presença de petróleo para exploração foi constatada através de testes de perfis elétricos, indícios de gás e amostragem de fluído. A descoberta ocorre em meio às discussões da COP 30 sobre a necessidade de redução do consumo de combustíveis fósseis.
“Essas amostras posteriormente seguirão para análises laboratoriais, que permitirão caracterizar as condições dos reservatórios e fluidos encontrados, possibilitando a continuidade da avaliação do potencial da área”, disse a Petrobras em um comunicado.
O bloco Sudoeste de Tartaruga Verde foi adquirido em setembro de 2018 e é totalmente operado pela Petrobras. O volume de petróleo disponível para extração não foi informado. O chamado “pós-sal” é a camada de rochas situada a uma profundidade menor do que o pré-sal, tornando a exploração mais simples.
A descoberta da nova jazida ocorre em um momento de pressão pelas discussões na COP 30 de Belém, que tentam um consenso para diminuir as emissões de gases do efeito estufa. mais recursos para a proteção de florestas e diminuição do uso de combustíveis fósseis.
De um lado, ambientalistas criticam o avanço do governo na exploração de novas áreas de petróleo, como a chamada Margem Equatorial na altura da costa do Amapá – que teve o licenciamento ambiental para uma perfuração de teste autorizada recentemente.
VEJA TAMBÉM:
Do outro, há o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendendo a exploração de novas jazidas para financiar as políticas de combate às mudanças climáticas. De acordo com ele, receitas da produção de petróleo global devem ser direcionadas para um fundo voltado a esse objetivo.
“Com o tempo, as empresas petrolíferas em todo o mundo, incluindo a Petrobras, no Brasil, se transformarão em empresas de energia, pois um modelo de crescimento baseado em combustíveis fósseis não é sustentável”, afirmou em um editorial publicado em jornais internacionais às vésperas da conferência do clima.



