Primeira Turma do STF forma maioria para tornar Eduardo Bolsonaro réu
Primeira Turma do STF forma maioria para tornar Eduardo Bolsonaro réu no inquérito que investiga sua atuação nos EUA. (Foto: EFE/ Joédson Alves)

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria na tarde desta sexta-feira (14) para tornar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) réu por suposta coação no curso do processo judicial contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Até o momento, o placar é de 3 votos a zero.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), apontando que “há prova da materialidade e indícios razoáveis e suficientes de autoria nas condutas” de Eduardo, como a “grave ameaça” que teria sido materializada “pela articulação e obtenção de sanções do governo dos Estados Unidos” ao Brasil.

Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o entendimento do relator. Falta apenas o voto da ministra Cármen Lúcia. O julgamento ocorre no plenário virtual e será encerrado apenas no próximo dia 25. O colegiado está com um ministro a menos após a ida de Luiz Fux para a Segunda Turma.

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No voto, Moraes citou a si mesmo como vítima da suposta coação de Eduardo nos Estados Unidos. “Com a aplicação de tarifas de exportação ao Brasil, suspensão de vistos de entradas de diversas autoridades brasileiras nos Estados Unidos da América e a aplicação dos efeitos da Lei Magnitsky a este Ministro Relator”, citou.

Nas redes sociais, Eduardo rebateu Moraes e destacou que "não assinou" a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro ou o tarifaço contra o Brasil. Ele se licenciou do mandato na Câmara e decidiu permancer nos Estados Unidos para evitar ser alvo de “perseguição”.

O deputado é investigado por articular sanções contra autoridades brasileiras com o governo de Donald Trump. A Polícia Federal considera que o objetivo do deputado seria interferir no processo contra Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 e obter uma "anistia ampla, geral e irrestrita". Segundo a PF, as ações dele teriam se intensificado com o avanço do processo da alegada trama golpista.

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