Alfredo Gaspar
Deputado federal Alfredo Gaspar afirma que investigações da CPMI estão no caminho certo para apurar fraude bilionária. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI do INSS, afirmou nesta quinta (18) que a nova fase da Operação Sem Desconto confirma que os trabalhos da comissão avançam na direção correta ao atingir nomes que já vinham sendo investigados pelo colegiado. A ação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforça a apuração de um esquema bilionário contra aposentados e pensionistas -- se estima uma fraude de R$ 6 bilhões.

Gaspar celebrou a operação deflagrada mais cedo e declarou que as ações desmontam tentativas de blindagem política dentro da comissão, mostrando que os fatos estão sendo devidamente apurados.

“Operações como a de hoje mostram que, apesar da blindagem, nossos apontamentos demonstram que as investigações estão no caminho certo, seguem avançando e que, mais cedo ou mais tarde, os responsáveis serão alcançados”, disse o deputado.

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Entre os presos nesta fase estão Romeu Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de benefícios do INSS, André Fidelis. Ambos já haviam sido citados nos trabalhos da CPMI e tiveram pedidos de prisão apresentados pelo relator antes da operação.

Éric Fidelis, inclusive, prestou depoimento à comissão em novembro e tomou conhecimento da prisão do pai durante a oitiva. O fato reforçou, na avaliação do relator, a gravidade do esquema investigado e a conexão direta entre servidores, familiares e operadores externos.

“Entre os alvos, estão pessoas e políticos já citados várias vezes durante o meu trabalho como relator na Comissão. Entre eles, já havia formalizado o pedido de oitiva do senador Weverton Rocha (PDT-MA), a fim de prestar depoimento no colegiado e esclarecer seu relacionamento com o Careca do INSS”, pontuou.

O requerimento para ouvir Rocha foi apresentado no dia 3 de novembro, mas até agora não foi analisado pelo colegiado.

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A Polícia Federal cumpre 16 mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão nesta quinta fase da Operação Sem Desconto. O senador Weverton Rocha é apontado como um dos principais alvos, suspeito de manter negócios com investigados por desvios no INSS. Em nota, ele afirmou que recebeu “com surpresa” a busca em sua residência.

“Com serenidade se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral a decisão”, completou.

A operação também resultou no afastamento e na prisão domiciliar do então número dois do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal. Ligado politicamente ao PDT e com passagem pelo gabinete de Weverton Rocha, ele foi exonerado do cargo após a ação policial.