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A década de 1960 foi um terreno fértil para o cinema: novas linguagens, rupturas estéticas, temas que ainda hoje reverberam. Neste guia propomos uma curadoria leve, mas instigante, dos melhores filmes anos 60.
As obras marcaram seu tempo e continuam influentes, sendo um convite tanto para quem pretende revisitar esse universo quanto para quem está nessa trilha agora. Confira!
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1. La Dolce Vita (1960) — Federico Fellini
La Dolce Vita de Frederico Fellini é um filme que, de certa forma, inaugura a década. Neste clássico atemporal do cinema, Fellini traça o retrato de um jornalista em Roma que navega pela alta sociedade, festas, aparências e se depara com o vazio por trás do glamour.

Além de vencer a Palma de Ouro em Cannes, o enredo também contribuiu para a criação da palavra “paparazzi” no vocabulário popular e para a expressão “felliniano/felliniesque” usada para descrever situações exageradas, teatrais ou fantásticas, mas com emoção e humanidade, algo que lembra o estilo, o clima e a visão de mundo presente nos filmes do diretor.
2. Psycho (1960) — Alfred Hitchcock
Provavelmente um dos maiores sucessos da época, Psycho renovou o thriller psicológico/terror e influenciou gerações de realizadores. Neste brilhante filme, Hitchcock brinca com expectativas: matando a protagonista “logo” e mudando o eixo narrativo de forma a subverter a segurança que o público tinha.

Um marco dentro dos filmes icônicos década de 1960 que vale a pena ver (ou rever) com atenção. O longa recebeu quatro indicações ao Oscar e apesar de não ter vencido em nenhuma das categorias, é um filme obrigatório para quem está explorando o cinema dos anos 60, principalmente por conta de sua ousadia técnica e narrativa.
3. Lawrence of Arabia (1962) — David Lean
Com mais de três horas de duração, Lawrence of Arabia coloca o espectador em meio ao deserto, na imensidão e no silêncio. Mas o que realmente torna o filme realmente essencial entre os clássicos dos anos 60 é a sua ambição visual e a narrativa quase épica, somadas a uma reflexão profunda sobre poder, alteridade, guerra e pertencimento.

Vencedor de sete Oscars, o longa é um exemplo de como o cinema da época podia unir espetáculo e profundidade de forma magistral.
4. The Sound of Music (1965) — Robert Wise
The Sound of Music, ou a Noviça Rebelde em português, utiliza a música como veículo de uma narrativa cheia de emoção em um belo cenário alpino, transformando canções em momentos memoráveis de cinema. Ainda que “mais leve” comparado a outros títulos que trouxemos, é parte dos clássicos dos anos 60 que resistem, com grande sucesso de público, premiações e presença forte na cultura popular.

O filme ganhou cinco Oscars e se tornou um marco do gênero musical. Além disso, suas canções, como “Do-Re-Mi” e “My Favorite Things”, continuam presentes na cultura pop, atravessando gerações.
5. Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964) — Stanley Kubrick
Em 1964, Kubrick entrega uma sátira política sobre a Guerra Fria, armas nucleares e absurdos militares — um filme que mistura humor, absurdo e reflexão. Dentro de obras do cinema antigo e, mais especificamente, filmes icônicos década de 1960 que não se limitam ao entretenimento puro, este destaca-se pela coragem e originalidade.

Dr. Strangelove recebeu quatro indicações ao Oscar e continua sendo referência para filmes que combinam humor e crítica política. Se você acha que cinema sessenta refere-se a coisa antiga, aqui está algo que parece bastante atual, mantendo relevância e impacto mais de meio século depois.
6. The Graduate (1967) — Mike Nichols
Avançando para o fim da década, The Graduate representa o espírito de mudança nos jovens e questionamento de expectativas: temas que o cinema dos anos 60 começou a explorar com força. O filme marcou época pela narrativa inovadora e pela atuação icônica de Dustin Hoffman.
Foi vencedor do Oscar de Melhor Diretor e recebeu cinco indicações adicionais, inclusive de Melhor Filme. Além disso, cenas como a fuga final na igreja entraram para a história do cinema, tornando The Graduate referência obrigatória ao falar de cinema internacional dos anos 60 e do impacto cultural dessa geração de obras.
7. 2001: A Space Odyssey (1968) — Stanley Kubrick
Para fechar, um filme que transcende gêneros: ficção científica, filosofia e arte cinematográfica. Em 1968, Kubrick lançou uma obra que se tornou um divisor de águas, com efeitos visuais revolucionários para a época e uma narrativa que desafia a compreensão linear.
A trilha sonora, a simbologia e a estética minimalista influenciaram décadas de cineastas, inspirando obras de ficção científica e experimentação narrativa. Esta combinação deu ao filme o Oscar de Melhores Efeitos Visuais e continua presente em listas de melhores filmes da história.
Neste contexto, é importante destacar que os melhores filmes não se referem aos maiores sucessos, mas sim aos que continuar a influenciar gerações mesmo anos depois e 2001: A Space Odyssey entra nessa categoria com folga, mantendo relevância cultural, científica e artística até hoje.