Lawrence Maximus - 14/11/2025 12h54

Nas primeiras décadas do século 21, o terrorismo religioso tornou-se um dos fenômenos mais devastadores para a estabilidade internacional e para o exercício pleno da liberdade de fé. Um dos alvos mais recorrentes desse extremismo tem sido as comunidades cristãs, especialmente em regiões onde grupos jihadistas e movimentos islamistas radicais se consolidaram como forças políticas, militares e culturais.

Grupos terroristas — como Estado Islâmico (ISIS), Boko Haram, Al-Shabaab, Al-Qaeda, Talibã e quase uma centena de milícias satélites — instrumentalizam elementos religiosos para promover genocídios, limpeza religiosa, conversões forçadas e destruição de patrimônios cristãos milenares.

A perseguição promovida pelo islamismo radical concentra-se principalmente no Oriente Médio, norte da África, Sahel africano e partes da Ásia.

Os números são alarmantes:
– Milhões de cristãos são forçados a viver como minorias vulneráveis em regiões dominadas por grupos islamistas.
– Comunidades cristãs históricas — algumas com 2 mil anos de existência — foram quase apagadas após a ascensão do ISIS no Iraque e na Síria.
– Na Nigéria, Boko Haram e milícias Fulani já são responsáveis por milhares de assassinatos de cristãos em uma campanha contínua contra vilarejos e igrejas.
– No Sudão, Somália, Paquistão e Afeganistão, a prática cristã é tratada como crime, e possuir uma Bíblia pode significar execução sumária.

O terrorismo religioso se tornou, assim, um dos principais motores do deslocamento forçado de cristãos em todo o mundo.

O islamismo radical busca não apenas matar cristãos, mas erradicar sua presença geográfica, cultural e linguística. Línguas como o aramaico estão desaparecendo com a eliminação de suas comunidades falantes.

A defesa da liberdade religiosa — direito fundamental reconhecido internacionalmente — exige que governos, instituições de direitos humanos, entidades cristãs e sociedade civil tratem a perseguição como problema global e imediato.

Apesar da gravidade, a perseguição de cristãos não recebe na mídia global a mesma atenção dedicada a outras minorias perseguidas…

Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.

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