Alckmin diz que tarifaço dos EUA ainda afeta 22% das exportações do Brasil
Alckmin classificou a redução do tarifaço sobre carnes, café e outros produtos como o "maior avanço nas negociações Brasil-Estados Unidos". (Foto: Cadu Gomes/VPR)

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O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta sexta-feira (21) que o tarifaço dos Estados ainda afeta 22% das exportações brasileiras. A declaração ocorre um dia após o governo de Donald Trump retirar a sobretaxa de 40% para carnes, café e outros produtos agrícolas.

“Foi o maior avanço nas negociações Brasil-Estados Unidos. Quando começou, nós tínhamos 36% da exportação brasileira no tarifaço. Gradualmente, alguns produtos foram saindo, pois já tivemos duas decisões anteriores. Agora, nós tivemos o maior avanço: 238 produtos saíram do tarifaço”, disse Alckmin.

Ele destacou que o governo ainda tenta reduzir a taxação sobre produtos industriais, que não foram contemplados pela nova decisão de Trump. “Continuamos otimistas. O trabalho não terminou, mas avança com menos barreiras”, declarou o presidente em exercício.

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O ministério informou que, em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 40 bilhões em produtos contemplados pela ordem executiva desta quinta-feira (20). O valor equivale a 10,1% das vendas ao país. Considerando o recuo americano, as exportações brasileiras enfrentam as seguintes tarifas:

  • 36% das exportações (US$ 14,3 bilhões): produtos que agora estão sem qualquer adicional tarifário;
  • 15% das exportações (US$ 6,2 bilhões): produtos sujeitos à tarifa recíproca de 10%;
  • 27% das exportações (US$ 10,9 bilhões): continuam enquadrados nas tarifas específicas aplicadas a todos os países no âmbito da Seção 232 (siderurgia e alumínio);
  • 22% das exportações (US$ 8,9 bilhões): seguem sujeitas à ordem executiva de 30 de julho, envolvendo produtos aos quais se aplicam tarifas adicionais de 40% (ou 40% + 10%, dependendo do produto).

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que 37,1% das vendas aos EUA estão livres de sobretaxas e 32,7% ainda enfrentam a tarifa de 50%. Os EUA retiraram, no último dia 14, as tarifas comerciais recíprocas de 10%, impostas a todos seus parceiros comerciais em abril.

A ordem executiva da semana passada não mencionava diretamente o Brasil e foi motivada pela forte pressão dos eleitores. Além dos 10%, o país enfrentava uma sobretaxa de 40% desde o início de agosto.

Ao estabelecer o tarifaço de 50%, Trump criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e às decisões do ministro Alexandre de Moraes contra big techs.

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