Benfica: o padrão de democracia que o futebol brasileiro inveja
Nossa conversa é sobre democracia. Democracia no futebol. Os clubes que viraram SAFs, com seus donos bilionários no comando, saem do debate sobre eleições de verdade. Eles são empresas, ponto final. Mas os grandes que ainda são associações, como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Vasco e tantos outros… aí, sim, o papo é sobre o quanto essas eleições representam realmente a voz da torcida.
E se você torce para um deles e sente que o processo é mais uma encenação do que uma escolha democrática, eu concordo: você tá certíssimo. É frustrante ver conselhos fechados, chapas manipuladas e uma participação que mal chega a 1% da nação rubro-negra, alvinegra ou tricolor.
Agora, para ilustrar o abismo, olha só para o outro lado do Atlântico. O Benfica, esse gigante português que carrega 5 milhões de torcedores, acabou de dar uma aula de engajamento. Na reeleição de Rui Costa, (8 de novembro de 2025), ele levou 65,9% dos votos – uma vitória esmagadora, mas o que importa mesmo é o resto: 93.081 associados foram às urnas! Isso não é só um número; é um recorde mundial homologado pelo Guinness, superando o Barcelona de 2010 (57 mil votantes).
Imagina: de 160 mil sócios aptos, 58% compareceram. E o clube tem 400 mil associados no total – uma base que representa uma fatia real da torcida, não um grupinho de elite. Esse modelo associativo do Benfica não é só teoria: é mobilização pura. Uma eleição que estabelece um padrão global para o esporte.
O presidente da Mesa da Assembleia Geral, Pereira da Costa, anunciou o recorde ao vivo, e o mundo do futebol parou para assistir. É inédito, espetacular e, francamente, invejável. Com 5 milhões de torcedores em Portugal, eles ainda têm margem para crescer – quem sabe rumo aos 100 mil votantes na próxima? E aí vem a pergunta: nas eleições dos seus clubes, o padrão passa perto do Benfica?
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.