A conversão ao cristianismo de Juman, uma mulher do Hamas
Juman Al Qawasmi votou no Hamas nas eleições de 2006, e hoje se envergonha disso
Lawrence Maximus - 11/11/2025 14h16

Uma das mulheres do Hamas abandona o ódio e descobre a fé cristã. É a incrível história de Juman Al Qawasmi, uma jovem palestina ligada por laços familiares e matrimoniais à organização terrorista Hamas, criada em um ambiente de ódio contra Israel e os cristãos. Uma hostilidade que, segundo ela, foi ensinada desde a infância como parte da identidade de cada um.
Nascida e criada no Catar, seu pai foi um dos fundadores do Hamas e ela foi casada por 13 anos, entre 2002 e 2015, com Muhammad Kawasmi (conhecido como Abu Jaffar), um líder do grupo terrorista. Ela se mudou para Gaza em 2002 e vivenciou pessoalmente a queda do controle da Faixa em 2007.
Muitos palestinos – como aconteceu há algumas semanas após o fim da guerra com Israel – foram mortos pelo Hamas para consolidar o poder e com o objetivo de aterrorizar os habitantes para obter o controle.
– Eu vi o que estávamos fazendo depois de assumir o controle de Gaza – disse ela em entrevista para a CBN.
– Prometemos justiça e igualdade, mas só trouxemos medo e corrupção. Eu até votei neles nas eleições de 2006, e hoje me envergonho disso – conta.
Foi essa onda de violência que a fez perceber que “havia algo errado com a religião em que fui criada”. Além disso, continua Juman, “nunca me senti em paz. Sempre tive medo do inferno, do julgamento, da punição após a morte. O Islã não te dá paz: você vive com o medo constante de nunca ser suficiente”.
Jesus em um sonho, sem nunca ter ouvido falar Dele
Dominada pela angústia causada pela guerra com Israel, em 2014, ela duvidou de Deus e orou para que Ele se revelasse.
Como se sabe, os muçulmanos atribuem grande importância aos sonhos, muito mais do que na cultura ocidental contemporânea. Eles são considerados uma possível forma de comunicação divina, com raízes no Alcorão, na tradição profética (hadith) e na história islâmica.
Certa noite, Juman conta, sonhou que estava com sua mãe, que havia falecido anos antes. O céu estava claro, a lua se aproximava e, de repente, dela apareceu o rosto de Jesus.
– Ele falou comigo em árabe, dizendo que era Yeshua: ‘Você é minha filha, não tenha medo’ – foi o que ouviu.
Para ela, foi algo avassalador porque “eu nunca tinha conhecido cristãos e nunca tinha ouvido o nome ‘Yeshua’. No Alcorão, nós o chamamos de Isa; eu nunca tinha ouvido falar dele. Mas esse nome soou tão bonito para mim, e pela primeira vez na minha vida, senti paz. Senti-me amada, verdadeiramente amada.”
A conversão e a mudança de perspectiva
A partir desse momento, sua visão política sobre o Hamas e Israel também mudou. Na entrevista, Juman afirma que é o Hamas que sempre iniciou e provocou conflitos, relatando a coexistência pacífica com os judeus até que “o Hamas interveio”.
A jovem também explica que o Hamas utiliza fundos que chegam a Gaza para construir túneis subterrâneos em vez de abrigos para civis, e que crianças são usadas como escudos humanos. Relatos disso também surgiram nos últimos anos de conflito, durante os quais, como lembramos, mais de 20 mil crianças morreram, em grande parte devido a ataques israelenses.
– O Hamas não defende Gaza, o Hamas é o inimigo de Gaza – enfatiza ela.
E completa:
– Ele [o Hamas] ensina as crianças a odiar, a lutar, enche suas cabeças de violência. Mas a verdade não pode nascer do ódio.
E conclui:
– Jesus ama os muçulmanos, ama-os profundamente e quer libertá-los.
|
Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel. |
Leia também1 Maior livraria cristã da China é fechada após 21 anos de atuação
2 Alunos da USP criticam presença de André Lajst em evento
3 O bode expiatório da república
4 Drex em 2026: Fim ou reinício?
5 Sarah Farias faz praça virar altar no show “Há Poder no Nome”














