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As autoridades da França estão investigando neste momento o voo ilegal de um drone não identificado sobre uma fábrica de pólvoras e explosivos da empresa estatal Eurenco, localizada na cidade de Bergerac, no sudoeste do país.
A violação ocorreu na noite desta segunda-feira (10) e foi confirmada nesta terça-feira (11) pela Prefeitura de Dordonha, que classificou o local como uma instalação sensível de interesse estratégico para as Forças Armadas francesas.
Segundo informações da agência France-Presse (AFP) e do jornal Le Monde, o drone sobrevoou duas vezes o complexo industrial pela noite, sem ser interceptado ou identificado. A polícia organizou buscas para localizar o operador do objeto, mas ele segue foragido. O drone, com cerca de 40 centímetros de envergadura, chegou a se aproximar de dois edifícios da unidade antes de desaparecer.
A Direção Interdepartamental da Polícia Nacional da Dordonha abriu um inquérito por “sobrevoo deliberado de uma zona restrita por parte de um piloto de aeronave”. A empresa Eurenco, responsável pela produção de pólvoras propulsoras utilizadas em obuses e munições do Exército francês, informou que apresentará uma queixa formal sobre o caso nesta quarta-feira (12).
Em comunicado, a Prefeitura destacou que “a segurança do local, classificado como sensível, continua sendo uma prioridade absoluta” e que as “medidas de vigilância e proteção foram reforçadas imediatamente após o incidente”.
Fundada em 2004, a Eurenco é o principal grupo europeu de produção de explosivos e pólvoras, com 1,7 mil funcionários e unidades na França, Bélgica e Suécia. O complexo de Bergerac, reinaugurado em março deste ano após 20 anos, tem capacidade para produzir até 1,2 mil toneladas de pólvora por ano.
A violação acontece em meio a uma série de incidentes similares relatados nas últimas semanas em instalações estratégicas de outros países europeus, incluindo aeroportos e bases militares na Bélgica, Alemanha e Polônia. Em alguns desses casos, autoridades de inteligência levantaram a hipótese de envolvimento de atores estatais estrangeiros, com a Rússia entre as principais suspeitas.


