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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. (Foto: ROBERT GHEMENT/EFE/EPA)

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A União Europeia (UE) pretende criar um serviço de inteligência próprio para reunir e analisar informações de segurança fornecidas pelos países-membros, segundo revelaram nesta terça-feira (11) a Euronews e o Financial Times.

A proposta, impulsionada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visa ampliar o uso operacional dos dados já disponíveis e fortalecer o papel de Bruxelas na coordenação da política de segurança e inteligência do bloco.

“Os serviços secretos dos países da UE sabem muito. A Comissão também. Precisamos de uma maneira melhor de reunir tudo isso e ser úteis aos parceiros”, disse ao Financial Times uma fonte envolvida no projeto.

De acordo com as publicações, o novo órgão seria formado dentro do Secretariado-Geral da Comissão Europeia e contaria com servidores cedidos por agências de inteligência nacionais dos países-membros da UE. A medida busca aprimorar a resposta europeia a ameaças externas, especialmente no contexto da invasão da Rússia à Ucrânia e das incertezas sobre o apoio militar dos Estados Unidos em caso de ampliação do conflito.

A iniciativa, contudo, já despertou críticas entre diplomatas europeus, que veem o plano como uma tentativa de expandir o poder da Comissão Europeia em áreas tradicionalmente controladas pelos Estados nacionais. Representantes do Serviço Europeu de Ação Externa (EEAS) alertaram que a nova estrutura poderia duplicar funções já desempenhadas pelo Centro de Inteligência e Situação da UE (Intcen), que atualmente coordena a troca de informações estratégicas entre os governos.

Embora o plano ainda não tenha sido oficialmente apresentado aos 27 países da União Europeia, diplomatas afirmam, segundo a mídia local, que países como Alemanha e França devem resistir a conceder novos poderes de inteligência a Bruxelas. Estados com grandes agências nacionais, como é o caso dos dois países citados, têm historicamente mostrado cautela em compartilhar informações sigilosas com parceiros, especialmente com governos considerados pró-Rússia, como o da Hungria.

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