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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a policiais que usou ferro de solda em sua tornozeleira eletrônica, “por curiosidade”. A afirmação foi registrada em vídeo na madrugada deste sábado (22) e formalizada em um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF).
No vídeo, divulgado pela Polícia Federal, uma policial pergunta se Bolsonaro havia usado alguma coisa para queimar o dispositivo. “Eu meti ferro quente aí. Curiosidade”, ele responde.
A agente também questiona se é ferro de passar, e o ex-presidente esclarece: “Não, ferro de soldar, de solda. Fica tranquila”.
Em seguida, a servidora pergunta se Bolsonaro havia tentado arrancar a pulseira que prende o equipamento ao tornozelo. Ele nega, garantindo que não rompeu a pulseira.
A policial relata que a pulseira está aparentemente intacta, embora o case (capa) tenha sido violado. Questionado sobre o horário em que começou a mexer no dispositivo, o ex-presidente responde que foi “no final da tarde”.
Segundo o relatório do Seap, o dispositivo possuía “sinais claros e importantes de avaria” e "marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case". Ainda de acordo com o documento, Bolsonaro facilitou rapidamente o acesso da equipe à sua residência.
A violação do dispositivo foi o argumento usado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes para decretar a prisão preventiva do ex-presidente.