O narcotraficante Wilmer Chavarría, conhecido como Pipo, foi preso no domingo na Espanha (Foto: EFE/X/John Reimberg )

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Uma juíza da Espanha ordenou nesta terça-feira (18) a prisão preventiva de Wilmer Geovanny Chavarría Barre, conhecido no mundo do crime como "Pipo". Ele é considerado o líder da gangue criminosa equatoriana Los Lobos.

Sua detenção foi executada durante uma operação na cidade de Málaga, no sul da Espanha. Agora, o criminoso aguardará uma decisão sobre sua extradição para o Equador.

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, anunciou no domingo (16) a captura do líder de Los Lobos, a mais poderosa gangue criminosa em atividade no país, que havia se tornado o homem mais procurado após a recaptura, em maio, do narcotraficante José Adolfo Macías Villamar, vulgo "Fito".

O criminoso foi detido ao chegar em Málaga vindo de Marrocos por falsificação de documentos, e agora o mandado de prisão da Interpol será aplicado em relação aos eventos ocorridos no Equador.

Enquanto seu processo de extradição para as autoridades equatorianas está em andamento, a juíza María Tardón, do Tribunal Nacional (tribunal que julga casos de terrorismo e outros crimes graves), decidiu enviá-lo para prisão preventiva, segundo fontes jurídicas que falaram à Agência EFE.

A prisão fez parte da Operação Renascimento, assim chamada porque Pipo teria fingido a própria morte para escapar da justiça e supostamente comandava a rede criminosa a partir da Espanha e dos Emirados Árabes Unidos, disseram fontes da investigação à agência espanhola.

Ele utilizava uma identidade falsa (Danilo Ramón Fernández Calderón) e alternava sua residência entre os dois países. Para evitar seu reconhecimento, ele passou por pelo menos sete cirurgias para alterar sua aparência.

O ministro do Interior equatoriano, John Reimberg, informou que Pipo comandava uma vasta rede de narcotráfico e atividades criminosas na Holanda, Itália, Alemanha, México e Colômbia, com ligações diretas ao Cartel Nova Geração do Equador e alianças com cartéis mexicanos, colombianos e europeus.

Para os investigadores espanhóis que efetuaram a prisão, esta é uma operação particularmente importante, uma vez que o grupo Los Lobos, temporariamente aliado aos Assassinos de Chone, está ligado a vários ataques recentes em Guayaquil, nos quais foram utilizados carros-bomba e drones acionados a partir de prisões.

Fontes indicam que a investigação revelou que o grupo financiou ataques a partir da Espanha para intimidar o presidente do Equador e obstruir reformas prisionais, e que se trata de um grupo com influência internacional e capacidade de escapar da justiça internacional.

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