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A crise entre China e Japão sofreu uma nova escalada nesta semana com a promoção de exercícios militares com fogo real no Mar Amarelo e alertas de segurança para cidadãos que estão no exterior.
As forças armadas chinesas proibiram a navegação civil em uma vasta área designada para o exercício, que deve ter duração de três dias. Um comunicado oficial, emitido pelo Escritório Marítimo de Yancheng, indicou que a medida visa "reduzir riscos e prevenir incidentes" na região, embora não tenha especificado o tipo de recursos militares envolvidos ou o objetivo tático da operação.
O Japão, por sua vez, publicou na segunda-feira um alerta para seus cidadãos que estão na China, a fim de tomarem cuidado e evitarem eventos com aglomeração por riscos de segurança. Um porta-voz do governo japonês justificou a recomendação “com base em uma avaliação minuciosa da situação política, incluindo a situação de segurança no país ou região em questão, bem como as condições sociais”.
Pequim já havia emitido uma declaração semelhante no último sábado, pedindo aos cidadãos chineses que evitassem viagens ao arquipélago num "futuro próximo".
A crise diplomática entre os países teve início na semana passada com comentários da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan. Na ocasião, ela disse perante o Parlamento que o país poderia se envolver militarmente caso Pequim invadisse a ilha que reivindica como seu território.
A China pediu uma retratação oficial da liderança japonesa e ameaçou o país com "graves consequências" econômicas e diplomáticas.
Nesta terça-feira (18), o regime da China afirmou que as recentes declarações da primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, sobre uma eventual intervenção militar japonesa no Estreito de Taiwan "provocaram a indignação do povo chinês" e "danificaram de forma fundamental a base política" da relação bilateral.
Em uma coletiva de imprensa, a porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, declarou que, durante as conversas realizadas esta manhã em Pequim entre o diretor-geral de Assuntos da Ásia do Ministério de Relações Exteriores chinês, Liu Jinsong, e seu homólogo japonês, Masaaki Kanai, a China apresentou "novos protestos" a Tóquio.
Mao disse que os "comentários errôneos" de Takaichi "violam gravemente o direito internacional e os princípios básicos das relações internacionais" e "minam a ordem internacional do pós-guerra".