Com calor recorde, consumo de água dispara e Estado reforça medidas preventivas
Sabesp usa caminhões-pipa e reduz pressão noturna para preservar mananciais; chuvas abaixo da média e temperaturas próximas de 36 °C pressionam sistema de abastecimento
A onda de calor registrada na última semana provocou um aumento de até 60% no consumo de água em algumas regiões do Estado de São Paulo e levou o governo paulista a alertar a população sobre a necessidade de economia. O crescimento da demanda ocorre em um período de chuvas abaixo da média, o que tem provocado uma estiagem prolongada e afetado o nível dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo.
Os mananciais apresentam queda no volume armazenado, e o Sistema Cantareira opera em nível considerado crítico, próximo ou abaixo de 20%. Os dados pluviométricos indicam déficit de chuva. Em novembro, o volume acumulado foi de 108,1 milímetros, enquanto a média histórica para o mês é de 150,6 milímetros.
Diante do cenário, a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, reforçou a importância do uso racional da água. Segundo ela, o consumo consciente deve fazer parte da rotina das famílias, especialmente em períodos de escassez severa.
Como medida preventiva, a Sabesp tem reforçado o abastecimento em áreas específicas com o apoio de caminhões-pipa. Além disso, desde agosto, o governo estadual, em parceria com a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), determinou a redução da pressão da água durante a noite na Região Metropolitana, com o objetivo de preservar os mananciais.
O predomínio de tempo seco e temperaturas elevadas têm agravado a situação. A cidade de São Paulo registrou nesta quinta-feira (25), dia de Natal, a maior temperatura do ano, com 35,9 °C. Até então, o recorde de 2025 havia sido de 35,1 °C, em 6 de outubro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura, a média das temperaturas medidas em todas as estações da capital foi de 35,6 °C, a mais alta já registrada para o mês de dezembro desde o início da série histórica, em 2004.
O calor intenso também atinge o Rio de Janeiro. A capital fluminense chegou a 40,1 °C nesta quinta-feira, conforme o sistema Alerta Rio, na estação de Guaratiba, na zona oeste. Foi o dia mais quente desde 6 de outubro, quando a cidade registrou a mesma temperatura máxima. Segundo meteorologistas, o calor extremo é causado por um bloqueio atmosférico que dificulta a formação de nuvens de chuva e mantém o Centro-Sul do País sob temperaturas elevadas.
Diante das condições, o Inmet emitiu um aviso laranja de perigo para a onda de calor que atinge oito Estados brasileiros. O alerta entrou em vigor na última terça-feira (23) e é válido até as 18h desta sexta-feira (26). Para reduzir o consumo e evitar o desperdício, o governo e especialistas reforçam orientações para o uso consciente da água, como a redução do tempo de banho, a reutilização da água sempre que possível e a priorização do uso para atividades essenciais.
*Com informações do Estadão Conteúdo

