Com Tarcísio, esquerda reforça Haddad e Alckmin para disputa em SP
Mesmo assim, oposição ainda vê possibilidade de mudanças no cenário eleitoral nacional
Os nomes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), estão sendo reforçados por lideranças do Partido dos Trabalhadores como principais nomes da esquerda para a disputa ao governo de São Paulo em 2026. A avaliação, feita após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto, reforça a possibilidade de que o atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), concorra a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
O entendimento é que, para bater Tarcísio, são necessários candidatos com nomes já fortes no estado, já que o chefe do Executivo paulista tem boa avaliação e aprovação. Geraldo Alckmin, que já foi governador do Estado quatro vezes, é visto com bons olhos justamente por essa força; já Haddad é lido como representante mais simbólico do espectro político. Ambos, no entanto, já sinalizaram que gostariam de permanecer nos cargos atuais – caso de Alckmin – ou negaram desejo de disputar em São Paulo, como o ministro. Apesar de ter perdido a disputa para o próprio Tarcísio, a diferença no segundo turno entre os dois 55,27% para Tarcísio contra 44,73% para Haddad, em 2022, é vista como pequena.
Para o líder do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Antônio Donato, “até março, muita coisa pode acontecer”. A avaliação dele, no entanto, é que a pré-candidatura de Flávio “é para valer”, e, por isso, é importante “ter uma chapa forte em São Paulo.
Já para Paulo Fiorilo, também deputado da legenda e já por vezes líder da sigla na Casa, “Haddad e Alckmin são dois grandes nomes para a disputa, com chances reais de vitória. Nossos dois nomes tem muita coisa boa para mostrar”.
Ele sinaliza, no entanto, que o cenário nacional ainda não está totalmente definido. “A declaração do candidato [Flavio] Bolsonaro ontem sinaliza possíveis mudanças. Haverá uma pressão grande do mercado, dos partidos de centro direita pra mudar o candidato [à Presidencia], afirma. “Hoje o Haddad é o nome mais cotado para a disputa. Mas precisamos esperar 2026 chegar e as escolhas se concretizarem”.
Como mostrou a coluna, o entorno de Tarcísio e caciques do Centrão também veem com ceticismo a pré-candidatura de Flávio. No domingo, o senador afirmou que haveria um “preço” para que ele retirasse sua candidatura.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
