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O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, rejeitou diálogo com Seul até que a desnuclearização seja um tema eliminada das negociações (Foto: ALEXANDER KAZAKOV/SPUTNIK/KREMLIN/EFE/EPA)

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A Coreia do Norte advertiu nesta terça-feira (18) que a futura construção de submarinos de propulsão nuclear por parte da Coreia do Sul desencadeará "inevitavelmente" um "efeito dominó nuclear" na região, em sua primeira reação pública aos recentes acordos em matéria de segurança e comércio anunciados por Seul e Washington na semana passada.

Os submarinos de propulsão nuclear permitirão à Coreia do Sul avançar em sua "própria nuclearização armamentista", desencadeando por sua vez um "efeito dominó nuclear" na região e uma "intensa corrida armamentista", disse a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA em um extenso editorial.

Trata-se da primeira resposta a vários documentos divulgados por Seul e Washington na semana passada: a folha informativa conjunta sobre as duas cúpulas entre o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, e seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, realizadas em agosto e outubro deste ano, e o comunicado dos dois países sobre os resultados da 57ª Reunião Consultiva de Segurança (SCM), realizada no início do mês.

No acordo, Washington e Seul afirmaram que o alívio parcial de restrições ao enriquecimento de urânio é para fins não armamentistas da Coreia do Sul.

O editorial norte-coreano criticou que Washington tenha autorizado a Coreia do Sul a desenvolver submarinos de propulsão nuclear, e acusou os Estados Unidos de dar "sinal verde" a Seul para enriquecer urânio e reprocessar combustível nuclear.

Estas medidas converteriam a Coreia do Sul em um "quase-Estado nuclear", segundo o regime de Pyongyang.

A Coreia do Norte também criticou que ambos os governos tenham substituído o termo "desnuclearização da península coreana" por "desnuclearização da Coreia do Norte". O regime de Kim Jong-un tem rejeitado qualquer diálogo até que o tema da desnuclearização seja retirado da mesa de negociação.

Por sua vez, a porta-voz presidencial da Coreia do Sul, Kang Yu-jung, disse em um comunicado que Seul "não tem intenção hostil nem de confrontação para com o Norte".

Um funcionário do Ministério da Unificação sul-coreano, citado pela agência de notícias Yonhap, acrescentou que o editorial norte-coreano se limita a repetir a postura existente de Pyongyang quanto aos temas abordados, destacando que não se mencionam por nome os mandatários da Coreia do Sul e dos Estados Unidos e que o tom do editorial é "sereno e moderado".

A publicação acontece um dia depois que Seul emitiu sua primeira proposta oficial de diálogo militar intercoreano sob o governo de Lee, destinada a evitar choques acidentais na fronteira, e após a tentativa fracassada da administração Trump de realizar uma cúpula com o ditador Kim Jong-un durante sua viagem asiática do mês passado.

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