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A recente devastação em Rio Bonito do Iguaçu (PR) colocou em evidência o "corredor de tornados" no Sul do país, a segunda área do mundo mais propícia a esses fenômenos. O encontro de massas de ar opostas, influenciado pela Cordilheira dos Andes, cria as condições ideais para tempestades.
O que é o corredor de tornados brasileiro?
É uma extensa área que abrange o oeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de parte da Argentina e do Paraguai. A geografia local, com a Cordilheira dos Andes a oeste, força o choque entre massas de ar quente e úmido vindas da Amazônia e frentes frias e secas vindas do sul. Essa colisão gera uma instabilidade atmosférica extrema, que é o gatilho para a formação de tempestades severas e tornados.
Por que essa região é a segunda do mundo em ocorrências?
A combinação de fatores é rara e potente. A Cordilheira dos Andes funciona como uma gigantesca barreira que canaliza os ventos. Quando o ar quente e úmido encontra uma frente fria intensa, os ventos em diferentes altitudes e direções criam um movimento de rotação no interior das nuvens de tempestade. Essa rotação horizontal pode se tornar vertical, formando um funil que toca o solo. O mecanismo é muito similar ao que acontece na famosa "alameda dos tornados" dos Estados Unidos.
Qual a intensidade dos tornados que ocorrem aqui?
Embora a maioria dos tornados registrados seja de fraca intensidade, eventos severos como o de Rio Bonito do Iguaçu (PR) não são inéditos. Ele foi classificado como um F3 na escala Fujita, com ventos que podem chegar a 266 km/h, e há chance de ser reclassificado para F4, com ventos de até 322 km/h. Um tornado F3 é capaz de destruir casas e arrancar árvores grandes pela raiz, enquanto um F4 arremessa carros e desintegra construções sólidas.
É possível prever a chegada de um tornado?
A previsão exata de onde e quando um tornado vai se formar ainda é um dos maiores desafios da meteorologia. É possível antecipar as condições favoráveis para tempestades severas, mas a confirmação visual ou por radar de que um tornado está se formando ocorre muito perto do evento. Geralmente, os alertas mais precisos são emitidos com apenas 10 a 15 minutos de antecedência, em uma previsão chamada de "nowcasting" (previsão de curtíssimo prazo).
O que pode ser feito para proteger a população?
A principal estratégia, inspirada na experiência dos Estados Unidos, é investir em prevenção. Isso significa ampliar a rede de radares meteorológicos, construir abrigos subterrâneos em cidades com maior risco e, fundamentalmente, treinar a população. Ensinar as pessoas como agir rapidamente e para onde ir ao ouvir um alerta de tornado é a medida mais eficaz para evitar mortes e minimizar os danos causados por esses fenômenos extremos.
Este conteúdo foi gerado com inteligência artificial. Para acessar a informação na íntegra e se aprofundar sobre o tema consulte a reportagem a seguir.