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“Moraes tem dever moral de falar de contrato de R$ 130 milhões da mulher” – Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e lulopetista de ocasião, sobre escândalo envolvendo esposa de ministro do STF. Da próxima vez que você escrever uma cartinha pro Papai Noel, não precisa postar no Twitter.
“Ministro do STF viajar de jatinho particular de empresário com advogado de banqueiro corrupto é uma versão moderna dos favores dos senhores de engenho” – escreve Merval Pereira, jornalista e imortal da ABL, n’O Globo. Pra que ir tão longe na história? O Petrolão e o Mensalão estão logo ali na esquina, ou já esqueceu?
“Brachycephalus lulai” – nova espécie de sapo descoberta por pesquisadores da Fundação Boticário, nomeada em homenagem a Lula. Um sapo pequeno, tóxico e barulhento: acertaram em cheio no nome!
“Chile vai às urnas com extrema-direita favorita sobre moderada do Partido Comunista” – manchete do portal Globo.com. Se ela é a moderada, o radical seria quem? O Stálin de TPM?
“O Agente Secreto foi para Cuba e ganhou cinco prêmios” – Kleber Mendonça Filho, diretor do filme cotado para o Oscar. Merecia um sexto prêmio pelo conjunto da obra: nunca mais voltar de Cuba.
“Parabenizo Rui Costa Pimenta pela honestidade intelectual e coragem, atributos em falta na esquerda brasileira” – Leonardo Attuch, blogueiro de extrema-esquerda, sobre o presidente do PCO. Surpreendentemente, parece que ainda restou um pingo de sinceridade por lá. Mas, depois dessa, deve ter se esgotado também.
“Nós sempre temos que lembrar e denunciar: de 2013 a 2019, o PT sofreu um processo de repressão” – José Dirceu, ex-presidiário. Façamos um minuto de silêncio pelas vítimas da corruptofobia: o mártir que teve dólares profanados dentro da intimidade de sua cueca e o santo marqueteiro que foi privado de seu iate e de sua mansão em Miami. Tempos sombrios, em que o nosso sagrado direito de corrompermos e sermos corrompidos foi vilipendiado. Viva a soberania!
“Tem cabimento, hoje, em 2025, a gente ainda ter que passar pelo tremendo desconforto que é aquele exame Papanicolau?” – Glória Pires, atriz, criticando exame para detecção de câncer, HPV e outras infecções, por suposta misoginia. Sempre há a alternativa de procurar uma curandeira xamã feminista e torcer para que o alinhamento de Júpiter esteja favorável.
“Não tem uma flor pra ele olhar, uma planta para ele conversar” – Flávio Bolsonaro, sobre as condições do pai na prisão. Talvez seja melhor assim. Da última vez que o Jair deu ouvidos a uma planta, teve muita maria-sem-vergonha se elegendo nas costas dele.
“OAB que se dane” – Mônica Siqueira, juíza da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, ao expulsar advogados membros de grupo ativista de esquerda que tumultuavam a sessão. A OAB já não late e não morde. Agora, pelo visto, só serve para apanhar de juiz e abanar o rabo para a militância.
“Quer ver a pistola?” – Kleber Ribeiro, vereador de Guarulhos-SP (PL), ao fazer gesto obsceno durante discussão na Câmara de Guarulhos. Para alívio dos presentes, não foi possível avistar a tal pistola a olho nu.
“O Chile elegeu Kast, ultraconservador que tem mais uma ficha corrida que um perfil político” – Talíria Petrone, deputada federal (PSOL-RJ). O que causou um incidente diplomático com o Brasil, que é referência internacional no assunto.
“Bolsonaro pode morrer de um dia para o outro” – Hamilton Mourão, senador (Republicanos-RS), sobre estado de saúde do ex-presidente. Ora, só morre quem está vivo. A boa notícia é que a nossa democracia “pujante” não corre mais esse risco.
Anistia Para Mim, Dosimetria Para Você
“Rio de Janeiro nas ruas. Vamos devolver o Congresso para o povo” – Caetano Veloso, cantor, convocando ato contra PL da Dosimetria. O povo já tem o governo que merece. Devolver o Congresso seria puni-lo duas vezes pelo mesmo crime.
“Estou pensando aqui… com que roupa vou à manifestação hoje às 14h no MASP: vermelho ou verde e amarelo?” – José Dirceu, ex-presidiário, sobre os preparativos para manifestação contra PL da Dosimetria. Nem um, nem outro. O que lhe cai bem é aquele macacão laranja da grife Papuda. Um clássico que, infelizmente, o STF tirou de moda.
“Sem Anistia! Acabou o feminicídio! Fora Hugo Motta! Democracia!” – Cissa Guimarães, apresentadora de TV estatal, gritando palavras de ordem desconexas durante micareta contra o PL da Dosimetria. Quando artista surta assim no palco, ganha aplausos. Se fosse um anônimo na esquina, o SAMU chegava em cinco minutos com a camisa de força.
“Nós ainda estamos aqui pelas florestas brasileiras! Pelos direitos das mulheres! Pela democracia!” – Fernanda Torres, atriz, durante protesto contra o PL da Dosimetria. Finalmente alguém lembrou das florestas. Com os recordes de queimadas desse governo, daqui a pouco são elas que não estarão mais aqui.
“Lamentável é despachar divergências de governo por rede social” – Jaques Wagner, líder do Governo no Senado (PT-BA), após críticas de Gleisi Hoffmann sobre sua postura na votação do PL da Dosimetria. Lamentável, de verdade, é ver a planilha da Odebrecht virar organograma de Governo.
“Renan Calheiros, seu grito contra o acordo imoral foi o nosso grito!” – Roberto Requião, ex-governador do PR, elogiando atuação do senador alagoano no PL da Dosimetria. De todas as formas de se usar “Renan Calheiros” e “imoral” na mesma sentença, essa é certamente a mais improvável.
Lei Mininitsky
“Esperamos que as autoridades brasileiras cumpram os compromissos que assumiram” – Martin De Luca, advogado de Donald Trump, após suspensão das sanções da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. O problema é que os únicos compromissos que essa turma costuma honrar envolvem milionários contratos de gaveta assinados com os escritórios dos parentes.
“Esperamos sinceramente que a decisão do Presidente Trump seja bem-sucedida em defender os interesses estratégicos dos americanos” – nota pública de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, após suspensão das sanções da Lei Magnitsky. Mas e os interesses do Brasil, quem defende?
“Obrigado, Donald Trump, a guerra pra tirar a suprema esquerda do poder no Brasil será nossa!” – Sóstenes Cavalcante, deputado federal (PL-RJ). Ué, e antes a guerra era de quem? Do Mickey? Mudou alguma coisa, ou o senhor só acordou agora?
“Em meu nome, e em nome de minha esposa, agradeço o empenho do presidente Lula” – Alexandre de Moraes, marido da advogada do Banco Master, comemorando fim das sanções americanas. O agradecimento ao Lula eu entendo. Mas achei uma tremenda ingratidão não ter feito um outro agradecimento público, tão ou mais caloroso, ao banqueiro Daniel Vorcaro.
É ritmo de festa
“Todos os prognósticos negativos contra a economia brasileira, anunciados no início de janeiro, não deram certo” – Lula, em discurso durante evento de lançamento do SBT News. Ele tem razão, os pessimistas erraram feito: ninguém imaginou uma dívida pública tão explosiva, os juros na estratosfera, o saque aos aposentados e a picanha virando abóbora.
“Tinha o Show de Calouros, que eu assistia quando era pequeno. ‘Pedro de Lara, é coisa nossa’, eu cantava” – Alexandre de Moraes, em momento de descontração durante evento do SBT News. Fica o alerta aos pais: não deixem suas crianças imitarem personagens caricatos da televisão. Porque depois crescem e acabam assim.
“Amo vocês, tenho maior carinho e tudo, mas acho que vocês estão se prostituindo” – Zezé Di Camargo, cantor, criticando convite a Lula e Moraes para festa de lançamento do SBT News. Uma indelicadeza imperdoável comparar profissionais que dão duro, cumprem o prometido e só se manifestam onde é apropriado... a políticos, artistas e ministros do STF.
“Utilizei a expressão ‘prostituindo’ em sentido figurado” – Zezé Di Camargo, esclarecendo sua declaração polêmica. Me lembrou um amigo meu, que usou exatamente essa desculpa quando foi parado pela polícia enquanto “batia um papo” com umas moças na esquina do Jockey.
“Falar que as filhas de Silvio estão se ‘prostituindo’ ao convidar o presidente e demais autoridades, reflete o machismo e a misoginia” – Janja Lula da Silva, reagindo à declaração de Zezé Di Camargo. Calma, Janja, ele falou no sentido figurado. Não precisa levar para o lado pessoal.
“Hoje eu comecei o dia muito impactado pelo vídeo do Zezé Di Camargo, que é uma referência não só musical, mas também moral para todos os brasileiros” – Flávio Bolsonaro, senador (PL-RJ) e pré-candidato à presidência. Eu mesmo, sempre que enfrento um dilema moral, me pergunto: “O que o Zezé faria?” Se a resposta envolver gritaria, dor de corno e calça apertada, sei que estou no caminho certo.
A Semana do Molusco
“O Brasil tem a felicidade de ter o senhor liderando o país e com essa visão de criar acesso aos produtos brasileiros” – Wesley Batista, dono da JBS, afagando Lula. O problema é que os “produtos” cujo acesso Lula costuma facilitar são o cofre do BNDES, os conchavos de bastidores, as indicações políticas e os descontos nos acordos de leniência.
“Se tiver filho meu envolvido, vai ser investigado” – Lula, sobre suspeitas de que seu filho tenha recebido pagamentos do “Careca do INSS”. Agora só falta ir ao “Casos de Família”, fazer o exame de DNA e revelar que o Lulinha é, na verdade, filho do Bolsonaro.
“Tentaram matar a nós dois, esse casalzinho de periquitos” – Lula, se referindo a suposto plano “golpista” para assassiná-lo junto a Geraldo Alckmin. Da vida de periquito, a única coisa que esse aí conhece é o lado de dentro de uma gaiola.