Gateware
Gateware planeja expandir operações no Centro-Oeste e Norte do Brasil. (Foto: Divulgação/Gateware)

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A Gateware, empresa curitibana de tecnologia e inovação, passou por um processo de reorganização interna, redesenhou seus times e metas comerciais, estruturou novas frentes operacionais e, agora, projeta um crescimento de até 30% em 2026. Com presença já consolidada no Sul e Sudeste, a companhia volta seus olhos para o Centro-Oeste, Norte e mercado americano.

Fundada em 2000, a Gateware nasceu a partir da trajetória técnica de seu fundador, Francisco Ferreira, e ao longo dos últimos 25 anos passou por uma série de transformações. O que começou com foco em desenvolvimento evoluiu para um portfólio mais amplo de serviços em tecnologia, com destaque para alocação de profissionais, gestão estratégica de grandes projetos e soluções digitais. A maturidade do modelo de negócio permitiu à empresa crescer em mercados exigentes e competir em igualdade com grandes players nacionais e multinacionais.

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A expansão tem sido planejada de forma gradual, com reforço no time comercial, recrutamento e estrutura interna. O objetivo, segundo Leandro Calvo, diretor de negócios, é garantir um crescimento consistente. "Toda expansão dentro da Gateware é desenhada com estrutura para que seja realmente sustentável", afirma.
A projeção vem na esteira de um 2025 marcado por transformações internas profundas. "O ano de 2025 foi de reconstrução. Nós mudamos todos os processos da empresa, que passou a operar com novas metas e outras formas de avaliar as metas dos comerciais e do time de recrutamento”, diz Calvo. Segundo ele, mesmo num cenário desafiador, a Gateware conseguiu crescer mais de 20% no período.

Gestão estratégica e ERP

Com atuação dividida em quatro frentes (gestão estratégica, outsourcing, soluções digitais e desenvolvimentos sob demanda), a Gateware vê nas migrações de ERP um salto de crescimento, especialmente nos projetos que envolvem o S/4HANA, da SAP. A empresa é parceira SAP no Brasil.

"As empresas que possuem o SAP têm até 2027 para migrar da versão ECC para o S/4HANA. Provavelmente vai ser um ano em que muitas companhias vão fazer essa migração. Estamos com muitas propostas na mesa que vão ser executadas no ano que vem" explica Leandro Calvo.

A frente de gestão estratégica tem puxado esse movimento, ao lado dos serviços de alocação de profissionais e células de desenvolvimento. O trabalho une a gestão de mudanças organizacionais (GMO), que apoia empresas em transições complexas como fusões, expansão ou troca de sistemas, e o PMO (Project Management Office), que estrutura e monitora a execução de projetos com foco em prazos, escopo e resultados vantajosos para os clientes.

A combinação entre inteligência de processo e entrega técnica tem sido o diferencial, segundo Francisco Ferreira, CEO da empresa. "Enquanto as outras organizações pensam em apresentar pessoas qualificadas, nós apresentamos a empresa qualificada. Nosso modelo de gestão de projetos existe, é aplicado, tem metodologia, e os profissionais seguem essa metodologia", diz.

A partir de 2026, a Gateware deve retomar uma frente de desenvolvimento de software, agora estruturada sob um modelo flexível às demandas atuais. A estratégia será baseada em células de desenvolvimento ágil, com foco em entregas curtas e times gerenciáveis, capazes de responder com rapidez às necessidades específicas de cada cliente.

A proposta busca atender um cenário em que a agilidade passou a ser uma exigência central nas iniciativas de transformação digital. "Hoje em dia, o cliente não pode esperar dois, três, quatro meses para ter um sistema pronto. Ele precisa já ter algo no primeiro mês. A nossa ideia é dar um foco maior em estruturas gerenciáveis que vão atender essas necessidades", afirma Leandro.

Expansão geográfica

Atualmente com cerca de 400 profissionais, a Gateware também vem se destacando pela forma como conduz a alocação de talentos. "Não é apenas descarregar profissionais. Há um acompanhamento diferenciado ao longo do período em que eles estão prestando serviço no cliente. Existe um método, cálculos, acompanhamento dessas pessoas. Ganhamos pelo diferencial em relação ao mercado", diz Francisco.

A reputação construída com grandes parceiros tem funcionado como porta de entrada para novos negócios. "Alguns contratos vieram por indicação de ex-colaboradores que trabalhavam nessas empresas, foram assumir outras diretorias e acabaram nos convidando para trabalhar com eles de novo. Isso tem nos propiciado entrar em novos mercados que até então nós não tínhamos acesso", afirma o CEO.

A empresa mantém uma atuação ativa no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e deve aumentar sua presença em Brasília nos próximos meses, após a assinatura de contrato com um player relevante da região. Em paralelo, está em negociação para fortalecer sua estrutura nos Estados Unidos, onde já atende uma multinacional do ramo tecnológico. A expectativa é que o mercado internacional represente pelo menos 10% do faturamento em 2026.

A mudança de postura estratégica da empresa também impactou sua própria cultura interna. Segundo Leandro, hoje todos os times trabalham com metas integradas. "Nos anos anteriores, cada time tinha seu direcionamento. E não necessariamente todos estavam alinhados. Hoje todas as metas apontam para o mesmo lado", diz. Uma nova ferramenta interna, ainda não divulgada publicamente, tem ajudado a unificar informações de vendas, recrutamento, alocação e entregas.

Francisco resume o momento da empresa com o olhar de quem já atravessou ciclos de crescimento, mudança de portfólio e reorganização societária. "Hoje aqui na Gateware nós não temos linha de conforto. Todo momento todos nós somos desafiados. Eu sou desafiado pelo mercado. Se eu não fizer alguma coisa, o concorrente nos ultrapassa. A grande diferença ainda são as relações humanas para você conseguir fazer bons negócios. E isso a gente nunca abriu mão", afirma.

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