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A Grande Reserva Mata Atlântica, maior contínuo preservado do bioma no país, consolidou nesta semana um novo marco em sua trajetória. O território, que reúne quase 3 milhões de hectares protegidos entre Paraná, Santa Catarina e São Paulo, foi o vencedor do Prêmio Nacional do Turismo 2025 na categoria Governança e Gestão do Turismo. O reconhecimento, para muitos especialistas, coloca o projeto no grupo das principais iniciativas de turismo de natureza do Brasil.
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O prêmio foi anunciado em Brasília e entregue à turismóloga Luiza Silva, embaixadora da Grande Reserva Mata Atlântica em Santa Catarina. Para ela, o resultado resume o esforço coletivo que há anos mobiliza instituições públicas, organizações da sociedade civil, empresas e moradores locais. “A Grande Reserva Mata Atlântica mantém viva a floresta ao unir turismo responsável, produção de natureza e valorização das nossas áreas naturais. Este prêmio pertence a todos nós”, afirmou.
No centro desse modelo está a Rede de Portais, plataforma colaborativa que hoje reúne mais de mil integrantes. A governança horizontal e multissetorial se tornou uma assinatura da Grande Reserva Mata Atlântica, cuja ambição é clara: consolidar-se como um destino de natureza tão relevante quanto o Pantanal ou a Amazônia, mas com identidade própria, marcada pela diversidade cultural, histórica e ambiental dos três estados.
Segundo Marcos Cruz, coordenador da Rede de Portais, a conquista reafirma o território como referência nacional. “A Grande Reserva Mata Atlântica integrou ecoturismo responsável, patrimônio histórico e fortalecimento de economias locais. É a prova de que a articulação em rede produz resultados consistentes e transformadores”, disse.

Grande Reserva Mata Atlântica: destaque em premiações nacionais e internacionais
O prêmio de 2025 se soma a uma série de reconhecimentos que ampliaram a notoriedade do território. Em 2023, a iniciativa já havia recebido o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade, que destacou a capacidade de articular conservação e geração de renda em diferentes municípios. Em 2024, foi a vez do WTM Latin America, que reconheceu o modelo integrado de destino e reforçou sua projeção internacional em tendências como turismo regenerativo e economia da natureza.
Com essa sequência, integrantes da iniciativa passaram a se referir ao conjunto de prêmios como uma “tríplice coroa do turismo sustentável”. Para Ricardo Borges, coordenador de comunicação da Grande Reserva Mata Atlântica, a série de reconhecimentos reflete a maturidade de quase uma década de trabalho conjunto. “Estes prêmios comprovam a qualidade da nossa governança e mostram que o Brasil tem na produção de natureza um de seus maiores potenciais econômicos”, afirmou.
A gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário, Juliane Freitas, parceira institucional da iniciativa, reforça outra dimensão: adaptação climática. “A Grande Reserva Mata Atlântica é um destino de natureza que incorpora a lente climática em suas estratégias. Em tempos de eventos extremos, isso se torna essencial”, avaliou.
O impacto da rede se estende também aos empreendimentos locais. A Palmitolândia, integrante paulista da Grande Reserva Mata Atlântica, foi premiada na categoria Turismo Sustentável e Ações de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas. A proprietária, Gabriela Rodrigues, celebrou a conquista como uma vitória coletiva. “A Palmitolândia existe porque a Mata Atlântica está em pé. A Grande Reserva nos ensinou a transformar isso em propósito”, disse.