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A Grande São Paulo ainda sofre com a falta de luz na região atendida pela concessionária Enel. Nesta segunda-feira (15), 35.208 (0,41%) instalações continuam sem eletricidade em 24 municípios da região metropolitana, de acordo com a atualização das 8h34 do Mapa da Energia, mantido pela própria empresa.
A capital paulista é a maior afetada em números absolutos, com 24.275 clientes sem luz. Em termos relativos, o mais afetado é o município de Cotia, com 1,78% de instalações com fornecimento interrompido.
Os números refletem o descumprimento de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública do estado, que determinava o restabelecimento do serviço em até 12 horas a partir desta sexta-feira (12). A multa fixada em caso de descumprimento foi de R$ 200 mil/hora. A Gazeta do Povo entrou em contato com a Enel e aguarda retorno.
Na última quarta-feira (10), os ventos chegaram a 98 km/h, causando apagão em 2,2 milhões de residências, além de interrupções de voos nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas.
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Nunes e Tarcísio pedem intervenção do governo na Enel após lentidão para reaver Luz em São Paulo
Políticos como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pedem a intervenção do governo federal na gestão da empresa italiana. Tarcísio chegou a enviar um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com críticas à lentidão do serviço: "Pode ter certeza que esse restabelecimento completo vai levar alguns dias. A gente vai ver isso acontecer de novo, e a gente está falando isso sempre."
Nunes, por sua vez, diz que a empresa mentiu ao alegar que colocou 1.600 equipes para responder aos danos causados pelo ciclone extratropical: ele disse que sua equipe pesquisou as placas no sistema SmartSampa, constatando menos de 40 veículos em operação.
"O que nós estamos fazendo é essa pressão por uma empresa que infelizmente não tem tido condições de atender as demandas da cidade. A gente sabe que cada vez que tiver um vento, uma chuva, nós vamos passar por isso. Então, a gente precisa deixar claro que essa empresa não tem como mais continuar em São Paulo", declarou Nunes, em entrevista à CBN.
A distribuição de energia elétrica em São Paulo era estatal até 1998, quando o governo Mário Covas passou a gestão para a iniciativa privada, sob concessão. A Enel sucedeu a AES Eletropaulo, da americana AES Corporation na gestão da rede elétrica na Grande São Paulo.