Juíza ordena ao governo Trump retirar Guarda Nacional de Washington

Presidente republicano mobilizou efetivos em cidades governadas por democratas, com o argumento de combater o crime e reforçar sua campanha contra os imigrantes em situação irregular

  • Por Jovem Pan
  • 20/11/2025 21h07
Francis Chung/EPA/EFE/Pool Donald Trump, fala com repórteres enquanto deixa o gramado sul da Casa Branca para embarcar no helicóptero Marine One. Em sua decisão desta quinta, Cobb disse que a administração Trump havia "atuado contra a lei"

Uma juíza federal dos Estados Unidos ordenou nesta quinta-feira (20) a retirada das tropas da Guarda Nacional de Washington, o que supõe um novo revés para Donald Trump em seu enfrentamento com cidades e estados democratas. A juíza Jia Cobb ordenou o fim do destacamento, mas suspendeu a ordem por 21 dias para permitir que a administração Trump apresente um recurso. O presidente republicano mobilizou efetivos em Washington, Los Angeles e Memphis, cidades governadas por democratas, com o argumento de combater o crime e reforçar sua campanha contra os imigrantes em situação irregular.

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Trump ordenou que mais de 2 mil membros da Guarda Nacional patrulhassem Washington desde 11 de agosto, após afirmar que a cidade era “um lugar sujo e infestado de crimes”. Brian Schwalb, procurador-geral da capital americana, apresentou uma ação em setembro para pôr fim ao destacamento de tropas. “Enviar a Guarda Nacional para participar de tarefas de aplicação da lei não é apenas desnecessário e indesejado, mas também é perigoso e prejudicial”, disse Schwalb.

Em sua decisão desta quinta, Cobb disse que a administração Trump havia “atuado contra a lei” ao mobilizar tropas para “missões não militares de dissuasão do crime na ausência de um pedido das autoridades civis da cidade”. A juíza, designada pelo presidente democrata Joe Biden, também disse que o governo federal havia excedido sua autoridade ao trazer efetivos da Guarda Nacional de outros estados para patrulhar a capital.

O uso extraordinário da Guarda Nacional por Trump também foi contestado na Justiça pela Califórnia no início deste ano, depois que o presidente ordenou a mobilização de tropas em Los Angeles para sufocar protestos provocados pelas batidas contra imigrantes em situação irregular.

Um juiz federal decidiu que a medida era ilegal, mas um colegiado de uma corte de apelações permitiu que o destacamento em Los Angeles continuasse. Outros juízes federais bloquearam temporariamente o envio de tropas a Chicago e Portland, também controladas por democratas.

Espera-se que a Corte Suprema emita logo uma decisão final sobre se essas ações do presidente são legais. Trump negou as acusações de que está visando estritamente cidades governadas por seus opositores políticos.

*Com informações da AFP