Múcio diz que prisão de Bolsonaro e generais encerra ciclo “doloroso”
Múcio destacou a “postura exemplar” das Forças Armadas ao longo do processo. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta terça-feira (25) que a prisão definitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro e de militares de alta patente encerra um ciclo “doloroso” para o país. Múcio destacou a “postura exemplar” das Forças Armadas ao longo da tramitação do processo sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.

“Nós esperávamos, todos nós. Está se encerrando um ciclo, no qual os CPFs estão sendo responsabilizados e punidos, e as instituições estão sendo preservadas”, disse o ministro a jornalistas. Múcio esteve na Câmara dos Deputados para a filiação de seu sobrinho, o deputado Fernando Monteiro, ao PSD.

Mais cedo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encerrou a ação penal e determinou o início imediato do cumprimento das penas. Os generais do Exército Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram presos e encaminhados ao Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília.

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Heleno é ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Nogueira é ex-ministro da Defesa. Ambos são generais de quatro estrelas, o maior posto do Exército. O ex-comandante da Marinha Almir Garnier está preso na Estação Rádio da Marinha, em Brasília.

O general Walter Braga Netto, que foi ministro e candidato a vice de Bolsonaro, está preso desde dezembro de 2024. Na ocasião, ele se tornou o primeiro general quatro estrelas a ser preso no país. Braga Netto seguirá cumprindo a pena na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro.

Moraes também determinou que o Superior Tribunal Militar (STM) avalie a perda das patentes dos militares condenados. Questionado sobre o tema, Múcio preferiu não opinar. "Não deve ser confortável para eles [ministros do STM], mas eles vão cumprir o seu papel. Muitas vezes a gente faz o que não desejava fazer, mas faz o que tem que fazer", ressaltou.

“As Forças Armadas atravessaram isso com um grau de responsabilidade com o país enorme. Vocês não viram sair uma nota de indignação”, disse Múcio, reforçando que as instituições não se manifestaram sobre o julgamento.

Apesar de ser capitão reformado do Exército, Bolsonaro continuará preso na sala de Estado-Maior da Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal, onde está desde o último dia 22. Moraes decidiu que uma equipe médica deve ficar de plantão para atender o ex-presidente.

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