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O Brasil merece “Bessias” no STF?

27/11/2025 19:00 Pleno.News

O Brasil merece “Bessias” no STF?

Foi Messias, o “diácono de igreja”, quem assinou o pedido para a prisão em massa dos patriotas do 8 de janeiro

Magno Malta - 27/11/2025 16h00

Jorge Messias Foto: Emanuelle Sena/ AscomAGU

Quem não se lembra daquele telefonema histórico, em 2016, quando a então presidente Dilma Rousseff, às pressas, avisou a Lula que “o Bessias” levaria um documento “em mãos” para blindá-lo da Justiça? O Brasil inteiro ouviu o áudio…

Foi ali, naquele episódio vergonhoso, que o país descobriu que Jorge Messias não era um técnico, não era um jurista, não era um servidor da Constituição… Era o estafeta de um projeto de poder. E agora, pasmem: querem transformar o “menino de recado” em ministro vitalício do Supremo Tribunal Federal.

Pois é. Barroso decidiu antecipar a aposentadoria e não foi pelo relógio biológico, foi pela pressão geopolítica. O mundo viu os desmandos do Supremo, e os Estados Unidos, que não brincam com democracia, apertaram o cerco de muitos ministros. Resultado: mais um espaço aberto. E quem Lula escolhe? O homem que serviu ao partido antes de servir à lei. O mesmo Messias da época de Dilma cuja sabatina já está marcada para 10 de dezembro.

E o que está por trás do Messias?

Um histórico que preocupa qualquer brasileiro que ainda leva a Constituição a sério. Não sou eu que estou dizendo, é o próprio passado dele.

Foi Messias, o “diácono de igreja”, quem assinou o pedido para a prisão em massa dos patriotas do 8 de janeiro. 99% cristãos, mais de 80% evangélicos. Pastores, pastoras, gente simples, idosos, doentes. E ele, que se apresenta como homem de fé, pediu a cabeça de cada um.

Me diga: qual o papel de um diácono na Bíblia? Cuidar de órfãos, visitar viúvas, amparar os necessitados. Pois o “diácono do governo” não visitou ninguém. Ele não consolou nenhuma família. Ele pediu foi a destruição civil de pessoas comuns.

E ainda tem mais. Esse mesmo Messias, tão apresentado como “homem de Deus”, emitiu parecer defendendo aborto. Um diácono defendendo a morte de inocentes? A incoerência não é nem teológica, é moral.

A oposição no Senado sabe disso. E sabe também que colocar alguém assim no STF é entregar a toga a um militante. Não é dar independência; é dar continuidade ao projeto. É a velha fábula que George Orwell explicou tão bem: quando o poder troca de mãos, os porcos passam a andar sobre duas patas e juram que sempre foi assim.

E aí me perguntam: “Senador, o que o senhor quer ouvir na sabatina?”. Eu respondo com a sinceridade que me acompanha: eu queria ouvir o impossível. Queria ouvir compromisso com independência dos Poderes, defesa das liberdades individuais, proteção real ao direito de opinião, que hoje, no Brasil, virou artigo de museu. Queria ouvir que ele não servirá ao Executivo, que não blindará o governo, que não repetirá o filme de sempre.

Mas eu não sou ingênuo. A sabatina é teatro. O problema não é o que ele diz naquele momento na CCJ, é o que sabemos que ele fará depois.

E agora começou essa história de “ah, mas o Messias é evangélico”. Ora, por favor. Identidade religiosa não é selo moral, não é salvo-conduto ético. O povo de fé tem discernimento. Sabe distinguir convicção de conveniência. E em Messias, tudo cheira a conveniência. Ele é útil politicamente, e isso basta para Lula. O resto é maquiagem para enganar incautos.

Imagina só eu perguntando ao “diácono”:

— O senhor concorda com a pena de 14 anos para a Débora do Batom?
— Concorda que escrever “Perdeu, mané” na estátua é crime hediondo?
— Concorda que a liberdade de expressão virou privilégio seletivo?

Entre outras perguntas… Claro que não teremos as respostas justas.

Mas, e a minha posição como senador? Clara como o Sol de meio-dia. Eu votarei CONTRA a indicação de Messias. Articularei contra e continuarei dizendo o que penso dele em voz alta; o que muitos apenas cochicham pelos corredores.

Porque, no fim das contas, a pergunta não é se Messias merece o Supremo.
A pergunta é: o Brasil merece Messias no Supremo?

E a resposta, para mim e para a oposição verdadeira, é um sonoro NÃO.

Magno Malta é senador da República. Foi eleito por duas vezes o melhor senador do Brasil.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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