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Se você ainda não começou a planejar 2026, para tuuuuudo! O momento é agora! Eu sei que você tá na luta diária, que ainda tem muita coisa pra acontecer neste ano e que você, como a maioria esmagadora dos profissionais do Terceiro Setor, está com o modo "apagar incêndio" super ligado. Mas me dá uns minutos da sua atenção se você realmente quer que 2026 seja diferente e melhor que 2025.

Copa, eleições, atenção das pessoas mais difícil... hummmm... é bem provável que 2026 requeira de nós um maior esforço para ganhar atenção e recursos para nossas causas. Esses são apenas alguns pontos de atenção que nos levam a ter certeza de que não dá pra deixar as coisas importantes só pra depois do Natal, ou pra primeira semana de janeiro. Até porque, aquela história de "começar o ano com o pé direito" só vai funcionar se você já tiver com uma rota muito bem traçada.

Tá, mas esse texto não é só pra cobrar e sim pra te dar alguns caminhos. Então vou dividir em duas partes: a primeira traz alguns motivos estratégicos para não perder tempo, e a segunda, dicas de como e por onde começar o seu planejamento.

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3 motivos ESTRATÉGICOS para não adiar o planejamento de 2026

1 - Pé no chão, dinheiro na mão: Orçamento REALISTA

Agora que o ano praticamente fechou, você consegue ter uma visão mais clara, analisar as despesas (estrutura, pessoas, projetos, o que for) e também aquilo que não conseguiu fazer em 2025, mas que prometeu colocar como prioridade em 2026, entendendo aquilo que realmente vai precisar orçar. Quando o assunto é grana, não dá pra dormir no ponto. Temos que fugir do “chute” e dos números fictícios, para focar nos números de verdade e obter bons resultados nas receitas!

2 - De olho no futuro: cenários, riscos e tendências

Um bom gestor tá sempre ligado nos cenários futuros, no contexto político, econômico, social e claro, nas tendências que não podem ser ignoradas. Quando começo o texto alertando sobre a copa e as eleições de 2026, me refiro a isso. Muitos potenciais doadores “puxam o freio de mão”, não investem nem doam temendo a instabilidade econômica que as eleições (certamente polarizadas) vão causar. E ainda precisamos planejar como garantir a atenção das pessoas para nossas causas em um ano tão disputado. Ignorar as tendências do mundo digital, da Inteligência Artificial, da necessidade das tecnologias para aprimorar projetos e processos também pode ser um erro fatal e comprometer seus resultados. Eu sei, você não tem bola de cristal, mas segue aí alguns futuristas, estudiosos das tendências e pense em como elas podem favorecer ou impactar a sua ONG.

3 - Gestão Estratégica: sem isso, nada feito

Agora você deve pensar: cheguei no 3º motivo e não vi captação de recursos! Calma lá! Sem gestão estratégica, sem metas claras, sem uma comunicação eficaz do seu impacto e resultado, sem uma equipe redonda e sem planejamento de mapear os melhores editais e parceiros para sua causa, não há simpatia ou oração que funcione. Sem gestão estratégica, você pode “morrer na praia”. Então, se ainda não faz parte do Programa Impulso para ter muitas dicas sobre isso, corre lá e se inscreve agora mesmo: https://programaimpulso.org.br/

Descomplicando o Planejamento de 2026 em 3 passos essenciais

Já pegou o seu calhamaço de papel? Hehehe Brincadeira! Não vai precisar. É só começar pelo básico:

1º Faça uma boa análise de cenário (SWOT/FOFA):

Conhece a análise SWOT, ou FOFA? Se não conhece, pesquisa aí! É uma forma de olhar para trás, para o presente e para o futuro, identificando suas Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. O que funcionou super bem? O que foi um desastre? Quais são seus desejos para 2026? E o que pode melhorar para alcançá-los? Analise os números de doações, o engajamento nas redes sociais, o resultado dos projetos, a carteira de doadores, as fontes de receita e o que mais achar necessário.

2º Defina 3 focos principais (Objetivos Estratégicos) de 2026:

Eu sei. Tudo é importante, tudo é prioridade, mas não temos como abraçar o mundo. Você precisa definir no máximo 3 objetivos estratégicos que façam valer a pena os seus esforços e de todo o time. Em que a sua ONG vai realmente investir tempo e energia? Por exemplo: Fortalecimento da presença digital e da comunicação? Ampliação da base de doadores ou da diversidade das fontes de receita? Estruturação da equipe de voluntários? Isso é com você e a análise de cenário (FOFA e SWOT) vai te ajudar. Mas nada de 4 ou 5 objetivos estratégicos. Só três! Foco é poder.

3º Desdobre os objetivos em um plano de ação (5W2H):

Se fizer isso, esse plano de ação será o motor da sua ONG! Não sabe como fazer? Aqui vai mais uma dica: abra uma planilha de excel mesmo para criar esse plano, utilizando a conhecida técnica 5W2H. Pesquisa lá que você vai achar vários modelos prontos na internet. Esse método vai te ajudar a definir o que precisa ser feito, por que, onde, quando, por quem, como e quanto vai custar. Com todo esse detalhamento e objetividade, é claro que seu planejamento ficará mais completo e eficiente. E é claro que a possibilidade de ter sucesso vai aumentar muito! Lógico, se for seguido e não virar um documento de gaveta ou um papel na parede.

Entendeu que planejar agora não é luxo, é sobrevivência? Essa é a chance para deixar de ser "apaga-incêndio" e ser um "construtor de futuro". Espero, de coração, que você aproveite essas dicas (que aliás, já foram muito úteis na minha trajetória de gestão) e comece a planejar agora mesmo! E que esse planejamento garanta que sua causa seja impulsionada e traga ainda mais impacto em 2026!

A coluna Causas que Transformam é mantido pelo Programa Impulso, uma iniciativa do Instituto GRPCOM que oferece apoio às Organizações da Sociedade Civil (OSC) do Terceiro Setor, com foco no aprimoramento da gestão e da comunicação – áreas fundamentais para que essas organizações alcancem seus objetivos e ampliem seu impacto social. Para saber mais e fazer parte, acesse: https://programaimpulso.org.br/.

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Colunista voluntária:

Ana Gabriela Simões é doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná (2021); mestre em Educação (2012); especialista em Organização do Trabalho Pedagógico (2008) e licenciada em Pedagogia pela mesma Universidade. Atualmente é Superintendente do Instituto GRPCOM, onde coordena projetos de Educação e Terceiro Setor, atendendo professores e organizações sociais de todo o Brasil.