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A Portos do Paraná vai encerrar o atual ciclo de gestão com a regularização de 100% das áreas destinadas à iniciativa privada e a concessão do canal de acesso ao porto de Paranaguá. O pacote de novos contratos firmado entre 2019 e 2026 garante R$ 5,1 bilhões em investimentos, além de ampliar a capacidade logística do estado e reforçar o papel estratégico do setor portuário no comércio exterior brasileiro.
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Além dos recursos previstos nos contratos de concessão para obras, ampliações e modernização de estruturas, a Portos do Paraná recebeu mais R$ 1,3 bilhão em outorgas. O valor será totalmente aplicado na melhoria da infraestrutura comum, considerada essencial para acompanhar o crescimento da movimentação de cargas e tornar o complexo mais competitivo.
O governador Ratinho Junior afirma que o estado alcança um patamar inédito no setor. “O Paraná está na vanguarda portuária. Fomos a primeira autoridade portuária brasileira autorizada a realizar seus próprios leilões, a primeira a regularizar todas as áreas e a primeira a leiloar o próprio Canal de Acesso”, destaca.
Portos do Paraná prevê novas obras e expansão da capacidade em 2026
Grande parte desses investimentos corrige um problema que se acumulava há mais de uma década, com áreas operando com contratos precários que impediam a realização de novas obras. Com os leilões concluídos, empresas que assumiram os terminais passaram a ter segurança jurídica para ampliar operações e instalar tecnologias mais modernas.
Entre os projetos mais relevantes está o Píer em T, que será construído por três terminais vizinhos, PARs 15, 14 e 25, em parceria com a Portos do Paraná. As PARs são áreas portuárias do Paraná. A primeira etapa prevê dois novos berços de atracação e um sistema avançado de esteiras transportadoras que levarão granéis diretamente aos navios com mais rapidez e menor impacto ambiental.
Outro contrato importante é o do PAR 09, responsável pela movimentação de granéis sólidos vegetais. Leiloado em 2023, ele inclui a construção da primeira etapa do Píer F, que fará a ligação com o corredor oeste do porto, além de melhorias na área onde a empresa atua. O PAR 50, também concedido recentemente, prevê a expansão do Píer L, que conectará todos os terminais de líquidos.
Outras áreas como os PARs 01, 12 e 32, destinados respectivamente a carga geral, veículos e açúcar, já concluíram as obras previstas e operam em plena capacidade.
O aprofundamento do canal de acesso é considerado um dos avanços mais aguardados pelo setor. Com a nova profundidade, navios poderão deixar Paranaguá carregados com até mil contêineres extras ou cerca de 14 mil toneladas adicionais de granéis sólidos. Para operadores e trabalhadores portuários, a mudança deve alterar o ritmo da movimentação diária e abrir espaço para linhas marítimas que hoje não conseguem operar no porto.
Com obras em diferentes estágios e contratos recentemente assinados, os Portos do Paraná entram em um período de transição. A expectativa é que, à medida que os projetos saiam do papel, o complexo portuário ganhe capacidade para acompanhar o crescimento das exportações agrícolas e industriais do estado. O impacto final desses investimentos deve ser percebido de forma gradual, conforme novos píeres, berços e sistemas de transporte forem incorporados à rotina de quem trabalha e depende do porto.