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O primeiro suplente do PL em São Paulo, Adilson Barroso, disse que a ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teve "uma consciência muito boa" ao renunciar. Adilson assumirá a vaga de Zambelli ainda nesta semana.
"Vou dar continuidade ao mandato dela, ela pode contar comigo porque nós defendemos a mesma coisa", disse o suplente, em entrevista à Folha de São Paulo publicada neste domingo (14).
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por supostamente pagar o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como "hacker de Araraquara" para invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Após a Câmara votar pela manutenção do mandato, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes reagiu, em decisão que anulou a votação. De acordo com Moraes, o trabalho da Casa seria apenas de declarar a perda do mandato, que seria automática. Em meio à repercussão, Zambelli declarou a renúncia.
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Suplente teria enviado mensagens pedindo votos pela cassação de Zambelli
Antes da votação, o portal Metrópoles divulgou mensagens atribuídas a Barroso, em que o político estaria pedindo votos para cassar Zambelli para, com isso, assumir seu posto. A conduta recebeu críticas do advogado da ex-deputada, Fábio Pagnozzi. Agora, a fala do suplente vai no mesmo sentido das mensagens divulgadas: "não tinha necessidade nenhuma de ficar segurando a vaga sem poder estar atuando."
"[A votação] salva ela, mas ela não tem como votar, como mandar emenda para ajudar os municípios, não tem direito nenhum político, gabinete fica vago de deputado", argumentou Adilson.
Zambelli já teve seu cargo ocupado pelo segundo suplente do PL paulista, Coronel Tadeu. Isso aconteceu porque Barroso já estava em exercício, substituindo o ainda secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Após Derrite voltar ao cargo de deputado federal (agora pelo PP de São Paulo), o primeiro suplente voltou ao topo da lista para assumir o mandato assim que o próximo parlamentar do PL de São Paulo precisasse, temporária ou definitivamente, deixar o cargo.
Sem citar Barroso, Coronel Tadeu disse que é "falta de ética e decoro" pleitear a cassação de Zambelli em nome da sucessão. "Eu assumi no dia 16 de junho no lugar dela durante o período da licença que ela tirou de 120 dias e já achei extremamente desconfortável. Correto é o cara ser eleito como ela foi e teve 957.000 votos, querer ganhar o lugar dela no tapetão é indecoroso, é vergonhoso, é vexatório", complementou.