Trump amplia confronto com emissoras e talk shows

Presidente americano critica cobertura negativa da sua gestão, pressiona redes de TV e levanta questionamentos sobre independência da agência reguladora

  • Por Jovem Pan
  • 24/12/2025 14h33
Brendan Smialowski/AFP Trump Donald Trump usou tom agressivo ao exigir o cancelamento do programa do comediante Stephen Colbert

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar talk shows e emissoras de televisão, alvos frequentes de suas críticas, e reiterou ameaças de cassação de licenças de transmissão. Em uma mensagem publicada na noite de terça-feira (23) na rede Truth Social, Trump usou tom agressivo ao exigir o cancelamento do programa do comediante Stephen Colbert, exibido pela CBS. Segundo ele, a emissora “deveria tirá-lo do ar agora, é a única coisa humana a se fazer”, ao classificar Colbert como um “desastre patético”.

Na publicação, Trump utilizou o verbo em inglês “put to sleep”, expressão normalmente associada à eutanásia de animais. A CBS anunciou que o programa noturno apresentado por Colbert será encerrado em maio. A decisão levou críticos do presidente a denunciarem o caso como censura.

Em outra mensagem, Trump voltou a questionar a atuação da imprensa. “Se os telejornais e talk shows são quase 100% negativos em relação ao presidente Donald J. Trump, ao MAGA [movimento ‘Make America Great Again’] e ao Partido Republicano, suas valiosas licenças de transmissão não deveriam ser revogadas? Eu digo que sim”, escreveu o republicano de 79 anos, reiterando uma ameaça já feita anteriormente.

Meses antes, Trump pressionou a Paramount, controladora da CBS, a pagar US$ 16 milhões (cerca de R$ 88,5 milhões) para encerrar um processo no qual alegava que o programa “60 Minutes” teria editado uma entrevista com sua rival democrata, Kamala Harris, para favorecê-la.

No último fim de semana, a nova editora-chefe da CBS, Bari Weiss, cancelou de última hora uma reportagem sobre a controversa megaprisão em El Salvador para onde o governo Trump enviou imigrantes em situação irregular. Outra emissora, a ABC, também esteve no centro de controvérsias ao suspender temporariamente seu apresentador Jimmy Kimmel. O comediante foi reintegrado dias depois, com o contrato estendido até meados de 2027.

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Trump afirma querer reformular o cenário midiático dos Estados Unidos, que, segundo ele, apresenta viés anti-conservador. Para isso, nomeou o aliado Brendan Carr para chefiar a Federal Communications Commission (FCC), agência reguladora do setor. Recentemente, Carr gerou críticas ao declarar, durante uma audiência no Congresso, que “a FCC não é formalmente uma agência independente”, sugerindo que suas decisões podem estar alinhadas às prioridades políticas da Casa Branca.

*Com informações da AFP