TST decide que greve dos Correios não é abusiva, mas autoriza descontos
TST decide que greve dos Correios não é abusiva e concede reajuste, mas dias parados serão descontados dos funcionários. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

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O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu nesta terça-feira (30) que a greve dos Correios não é abusiva e determinou o reajuste salarial de 5,01%. O impasse foi resolvido pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST. Os funcionários devem retornar ao trabalho nesta quarta-feira (31).

Apesar da decisão, os dias parados serão descontados em três parcelas mensais, sucessivas e iguais, apurados de forma individualizada em relação à cada empregado.

A paralisação dos Correios começou no último dia 16. A ministra Kátia Magalhães Arruda, relatora do caso, votou pela manutenção de 70 das 79 cláusulas do acordo coletivo de 2025/2026, alvo da divergência.

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Ela propôs o reajuste de 5,10%, retroativo a 1º de agosto. O pedido inicial previa o aumento de 5,13%. O reajuste incidirá sobre o auxílio dependente, reembolso creche, vale-alimentação e outros benefícios.

Na semana passada, a relatora já havia determinado que 80% do efetivo dos Correios fosse mantido, dado o caráter essencial do serviço postal. A greve estava concentrada em nove estados: Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A manutenção das cláusulas pré-existentes no acordo coletivo vai vigorar por um ano, na forma da sentença normativa do TST, até a data-base de 1º de agosto, informou a Agência Brasil. A partir de 2026, os sindicatos e a estatal deverão negociar do zero.

Os Correios enfrentam uma grave crise financeira. O presidente da companhia, Emmanoel Rondon, anunciou um plano de recuperação nesta segunda (29).

A proposta prevê o empréstimo de até R$ 20 bilhões (R$ 12 bilhões já autorizados e outros R$ 8 bilhões em operações de crédito em 2026), o fechamento de mil agências e a demissão de 15 mil funcionários até 2027.

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