Lula critica versão do PL Antifacção aprovado na Câmara. (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

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Foram 370 votos. Uma maioria incontestável. A Câmara dos Deputados aprovou o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado e deixou claro, diante do país, quem realmente quer enfrentar o poder das facções e quem prefere manter as portas abertas para a bandidagem. O placar não deixa dúvidas: enquanto o Parlamento disse “basta”, o governo Lula e sua base fizeram exatamente o contrário. Orientaram contra o projeto. É o retrato mais fiel desta era de inversões morais.

O texto original veio do Executivo - ou seja, do próprio governo Lula. Por isso mesmo, era um projeto fraco, leniente, cheio de brechas que beneficiaria líderes do tráfico justamente no momento em que brasileiros são vítimas diariamente de assaltos, latrocínios e execuções, inclusive ordenadas por facções. Quando o relator escolhido, o experiente Capitão Derrite (PP-SP), corrigiu o monstrengo legislativo de Lula e apresentou um relatório firme na Câmara, robusto e coerente com quem tem compromisso com a segurança pública, o governo fugiu da raia e passou a atacar o texto apresentado. Fez o que faz sempre: abandonou a batalha real contra o crime e abraçou seus velhos dogmas ideológicos e disseminando falsas narrativas no afã de descredibilizar o próprio relator. Não funcionou.

O que o PT fez? Trabalhou contra o projeto. Orientou contra. Votou contra. A favor do quê? Não do Brasil. Não da segurança do cidadão. A favor de quem sempre protegeu e Lula não faz nenhuma questão de esconder: o criminoso

Lula disse na Indonésia que o traficante é “vítima do usuário”. Depois, enviou ao Congresso um projeto que reduzia penas e afrouxava regras para criminosos. Derrite consertou o texto, endureceu o combate ao crime: propôs ao faccionado prisão de segurança máxima, fim de visita íntima, fim de auxílio-reclusão para faccionado. O que o PT fez? Trabalhou contra o projeto. Orientou contra. Votou contra. A favor do quê? Não do Brasil. Não da segurança do cidadão. A favor de quem sempre protegeu e Lula não faz nenhuma questão de esconder: o criminoso.

Nada mais simbólico do que ver um governo que homenageia seus condenados por corrupção atacar um projeto que pune chefes de facção. A coerência é perfeita, no pior sentido possível.

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Já a oposição decidiu dobrar a aposta e melhorar o projeto: dentre outras melhorias, apresentamos emenda para proibir preso provisório de votar no Brasil. É o óbvio ululante: quem está segregado da vida em sociedade, afastado por decisão judicial, não pode escolher nas urnas os rumos políticos da própria sociedade da qual está excluído temporariamente. Só no Brasil alguém achou isso normal.

O plenário da Câmara entendeu. A emenda foi aprovada por um placar ainda mais alargado: 391 a 49. Se a medida for também aprovada no Senado, será cancelado o título de eleitor de quem estiver preso provisoriamente e detentos não poderão mais influenciar eleições municipais, estaduais e nacionais. Não era regalia nem direito civil, muito menos inclusão social. Tratava-se de um ridículo contrassenso corrigido pela Câmara dos Deputados.

O pacote aprovado nesta semana expõe, de uma vez por todas, a diferença entre quem combate o crime e quem relativiza a criminalidade como projeto de poder. A Câmara fez seu papel. O Senado agora tem a responsabilidade de confirmar a vontade da sociedade brasileira já expressada pelos deputados. O brasileiro não aguenta mais ser refém, ser alvo, ser vítima de quem anda fora da lei. A Câmara escolheu o Brasil. O PT escolheu os criminosos. Isso já está registrado na história. Que o Senado brasileiro saiba escolher bem de que lado ele estará.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos