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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (12), autorização para a visita do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). De acordo com a petição, há "necessidade de diálogo direto com o presidente", referindo-se a Bolsonaro. Por isso, pede que Moraes autorize a visita "na data mais breve possível".
O pedido ocorre diante da iminência de uma possível prisão de Bolsonaro em regime fechado. A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal chegou a se adiantar ao desfecho da ação contra o ex-presidente, pedindo laudo médico para averiguar se as penitenciárias disponíveis são adequadas a recebê-lo. Moraes, no entanto, desconsiderou o pedido e mandou retirar o ofício dos autos.
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Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar preventiva desde o dia 4 de agosto de 2025, em razão de um inquérito que apura obstrução à Justiça. A acusação é de que Bolsonaro estaria articulando com seu filho Eduardo para conseguir punições a autoridades responsáveis por decisões e procedimentos desfavoráveis a ele.
Na decisão em que mandou prender Bolsonaro, Moraes diz que "não há dúvida de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio, ostensivo, à intervenção estrangeira no Poder Judiciário Brasileiro." Foi na mesma decisão que o ministro determinou que as visitas ao ex-presidente só poderiam ocorrer mediante autorização.
A ação que Bolsonaro estaria tentando obstruir é a do núcleo 1, que apura suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida entre o final de 2022 e 8 de janeiro de 2023. Neste processo, ele foi condenado a 27 anos de prisão.