Ratinho Junior Leilões
Governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD) participou de 20 leilões na B3 desde 2019. (Foto: Jonathan Campos/Governo do Paraná)

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A batida de martelo em leilões na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) se tornou um símbolo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ainda quando ele era ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL). Em alguns certames, esteve ao lado dele o governador paranaense Ratinho Junior (PSD), que começava a colecionar idas ao centro histórico paulistano e que agora, chegando ao fim do segundo mandato estadual, se tornou figurinha carimbada na B3.

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“Me orgulho de ser o governador que nos últimos sete anos mais esteve presente na Bolsa de Valores fazendo concessões, privatizações e PPPs”, declarou Ratinho Junior após o leilão do canal de acesso ao porto de Paranaguá, realizado em outubro e considerado estratégico para todo o setor portuário nacional.

Só em outubro, o governador paranaense bateu o martelo três vezes na B3. Além do canal aquaviário, esteve presente nos certames dos lotes 4 e 5 das rodovias do estado, que fecharam o novo pacote de concessões das estradas federais e estaduais. “Esse mês a B3 vai enjoar de vez a nossa cara”, brincou.

Em quase sete anos de mandato, Ratinho Junior esteve na B3 em 16 dias para acompanhar 20 leilões de segmentos diversos, como porto, rodovia, aeroporto, telecomunicações e saneamento:

Ratinho Junior LeilõesRatinho Junior bateu o martelo 20 vezes na B3. (Foto: Fotomontagem Gazeta do Povo (Claudio Neves/Portos do Paraná, Jonathan Campos/AEN, José Fernando Ogura/AEN, Rodrigo Felix Leal/AEN))

De todos os leilões diretamente ligados ao Paraná e que poderiam ter a presença do governador do estado, ele só não participou de cinco:

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Nos leilões, Ratinho Junior enaltece ambiente econômico do Paraná

Em cada um dos leilões em que esteve presente, Ratinho Junior aproveitou o palco para ir além do resultado do certame em questão e falar sobre o seu estado, especialmente no aspecto econômico, com dados sobre geração de empregos formais, fortalecimento da indústria, crescimento do PIB e obras em infraestrutura.

No leilão do lote 4 das rodovias, em outubro, repetiu o roteiro: "Um estado que nos últimos dois anos, segundo o Banco Central, cresce acima de 6%. A empregabilidade é a maior da nossa história, com 82% da população adulta trabalhando com carteira assinada. E estamos passando pelo melhor período em infraestrutura pública e privada”, disse. “[Isso é] Fruto de uma boa organização financeira, de um estado que cresce e que não vai parar de crescer”, completou.

Além disso, o governador tem usado o espaço para frases de efeito, tais como: “Temos o maior projeto de concessão rodoviária da América Latina”; “O Paraná é agora uma grande referência na modelagem de concessão [de rodovias]” e “No Paraná não tem lote meia-boca, é tudo filé.”

Esses discursos conversam com a estratégia que Ratinho Junior vem lançando mão para ganhar visibilidade nacional dentro do projeto de concorrer para presidente da República em 2026. Esse desejo ainda não se confirmou, pois depende especialmente da vontade de Tarcísio de Freitas, o preferido de Gilberto Kassab (PSD), presidente do partido de Ratinho Junior e o principal articulador de uma eventual campanha para enfrentar Lula no ano que vem.

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Governador do Paraná tem mais leilões pela frente

A agenda de leilões de Ratinho Junior na B3 acabou por 2025, mas há a possibilidade de retornar à Bolsa de Valores no primeiro trimestre do ano que vem, antes da data-limite de descompatibilização do cargo de governador para concorrer a outro cargo público nas eleições.

O leilão da otimização do contrato da concessão da rodovia BR-116 entre Paraná e São Paulo está previsto para março de 2026. O edital ainda não foi publicado, o que pode adiar o certame.

Outra possibilidade é a privatização da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), que vem enfrentando resistência de vários segmentos da sociedade paranaense e da oposição no estado — o PT, por exemplo, protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o processo de desestatização. Apesar disso, o governo segue confiante de que a venda da Celepar possa ocorrer no início de 2026.

Após o período de descompatibilização em função das eleições 2026, outros dois leilões envolvendo o Paraná estão previstos para ocorrer, ambos de otimizações de contratos de concessões de rodovias: BR-116 e BR-376 na ligação com Santa Catarina e BR-116 também com o estado catarinense. Os leilões estão previstos para julho e setembro do ano que vem, respectivamente.

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